As negociações para uma trégua nos combates na Faixa de Gaza devem ser retomadas neste domingo (3), no Cairo, sob forte pressão internacional. A fome ameaça a população do território palestino, após quase cinco meses de conflito entre Israel e o Hamas.
RFI
Uma delegação do grupo palestino Hamas chegou esta manhã ao Egito e deve dar uma resposta oficial à proposta formulada pelos países mediadores e pelos negociadores israelenses, no fim de janeiro.
Uma autoridade americana garantiu que um acordo de cessar-fogo está "sobre a mesa". A proposta incluiria, numa “primeira fase”, uma pausa de seis semanas nos combates e a libertação de 42 reféns detidos em Gaza, em troca de palestinos presos por Israel.
O governo de Israel não confirmou a sua aprovação total a esse plano. O Hamas, de sua parte, admite que uma trégua é possível em Gaza em 24 ou 48 horas, se Israel aceitar as suas demandas.
Enquanto isso, vários países enviam pacotes de ajuda humanitária com uso de paraquedas, devido à dificuldade de acesso ao território palestino, cercado por Israel desde o dia 9 de outubro.
A ONG International Rescue Committee alertou, no entanto, que a entrega aérea de ajuda "não pode e nem deve substituir o acesso humanitário" e a entrada regular de caminhões no enclave palestino.
O Exército israelense continua bombardeando a Faixa de Gaza e intensificou a sua atuação na cidade de Khan Yunis, no sul, neste domingo, destruindo dezenas de alvos do Hamas, em uma série de ataques aéreos e de artilharia.
Ao menos 92 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
Ameaça ambiental
No contexto desse conflito, os militares dos Estados Unidos confirmaram que o navio britânico Rubymar, atacado no Mar Vermelho por um míssil dos rebeldes houthis, em apoio aos palestinos, em 19 de fevereiro, afundou com cerca de 21 mil toneladas de fertilizantes à base de sulfato e fosfato de amônio.
O governo do Iêmen teme uma catástrofe ambiental.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o transporte de contêineres pelo Mar Vermelho diminuiu em quase um terço, este ano, devido aos contínuos ataques dos rebeldes houthis nesta importante rota comercial.
(Com AFP)