Agências das Nações Unidas apoiam ações antiminas para avaliar ameaças explosivas e educar a população sobre perigos; no entanto, restrições de envio de suprimentos e pessoal especializado limita a intervenção; navio com 200 toneladas de ajuda atracou na costa norte do enclave nesta sexta-feira.
ONU News
A agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestino, Unrwa, afirmou nesta sexta-feira que a guerra em Gaza deixou 23 milhões de toneladas de escombros e armas não detonadas espalhadas por todo o enclave.
Crianças diante de uma casa demolida por um bombardeio na cidade de Rafah, ao sul da Faixa de Gaza | Unicef/Eyad El Baba |
A agência declarou que “levará anos” até que a Faixa de Gaza se torne segura novamente.
Ameaças explosivas
Na sua última atualização sobre a emergência, o Escritório de Coordenação da Ajuda Humanitária da ONU, Ocha, relatou a violência contínua em grande parte da Faixa de Gaza, particularmente na área de Hamad, em Khan Younis. Segundo a agência, os confrontos estão a causando mais vítimas civis, deslocamentos e destruição de casas.
O Ocha observou que os parceiros responsáveis por ações antiminas estão realizando “avaliações de ameaças explosivas” e educando os habitantes de Gaza sobre os perigos.
No entanto, as avaliações em larga escala e a resposta a estes riscos têm sido dificultados pelas restrições à importação de suprimentos para a ação antiminas e pelos requisitos de autorização para o envio de pessoal especializado.
O Ocha informou também que apenas 25% das missões de ajuda planejadas em direção ao norte do enclave foram facilitadas pelas autoridades israelenses.
Rota marítima para envio de ajuda
Os esforços para garantir uma nova rota de ajuda marítima de Chipre a Gaza continuaram nesta sexta-feira, à medida que o navio da ONG Open Arms se aproximava da costa de Gaza.
A embarcação, que possui satélites de código aberto, atracou na costa da cidade de Gaza, no norte do enclave, na manhã de sexta-feira, com 200 toneladas de suprimentos de ajuda. Estes itens serão entregues em terra assim que um cais for construído ao sul da Cidade de Gaza, segundo relatos.
A iniciativa envolve a World Central Kitchen, parceira da ONU, e a instituição de caridade de busca e salvamento Open Arms, supostamente em coordenação com as autoridades israelenses e parceiros internacionais.
Combates continuam
O trabalho humanitário da ONU continua em meio a inúmeros bombardeios israelenses e operações terrestres, bem como de intensos combates entre as forças de Israel e os grupos armados palestinos.
As vidas de mais de dois milhões de habitantes de Gaza foram devastadas pelos bombardeios diários israelenses, desde os ataques terroristas liderados pelo Hamas em Israel, em 7 de outubro, que deixaram 1,2 mil mortos e 250 reféns.
Sendo a maior agência de ajuda humanitária em Gaza, a Unrwa continua fornecendo bens e serviços vitais a mais de 1,5 milhão de pessoas deslocadas no sul do enclave. A agência administra abrigos para mais de um milhão de palestinos, proporcionando ajuda humanitária e cuidados de saúde primários.