Após reunião com secretário de Estado americano, premiê israelense diz que enfatizou necessidade de operação militar na cidade mais ao sul da Faixa de Gaza para derrotar o Hamas
Abdelraouf Arnaout | Agência Anadolu
JERUSALÉM - Apesar do protesto mundial, Israel continua determinado a realizar uma operação militar na cidade de Rafa, no sul de Gaza, afirmou nesta sexta-feira o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, ao secretário de Estado americano, Antony Blinken.
"Aprecio muito o fato de que há mais de cinco meses estamos juntos na guerra contra o Hamas", disse Netanyahu em discurso gravado divulgado por seu gabinete depois que Blinken chegou a Israel na sexta-feira vindo do Egito.
Netanyahu disse que, durante seu encontro em Tel Aviv com Blinken, que está na terceira etapa de uma nova turnê pelo Oriente Médio, afirmou que a única maneira de derrotar o grupo palestino Hamas era por meio de um exército. ataque a Rafa, que atualmente abriga quase 1,4 milhão de palestinos deslocados.
"Também disse a ele (Blinken) que reconhecemos a necessidade de evacuar a população civil das zonas de guerra e, claro, também cuidar das necessidades humanitárias e estamos trabalhando para esse fim", acrescentou.
Netanyahu também sublinhou que Israel acolheria o apoio dos EUA à sua operação em Rafah, mas que "se for preciso, faremos isso sozinhos".
Apesar do clamor global sobre a situação catastrófica no enclave palestino, o premiê israelense há muito expressou sua intenção de atacar Rafah, a cidade mais ao sul de Gaza e uma das últimas comunidades significativas poupadas de uma invasão terrestre no enclave.
Israel trava uma ofensiva militar mortal na Faixa de Gaza desde um ataque transfronteiriço de 7 de outubro liderado pelo Hamas, no qual cerca de 1.200 israelenses foram mortos.
Quase 32.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, já foram mortos em Gaza, e mais de 74.000 ficaram feridos em meio à destruição em massa e escassez de bens de primeira necessidade.
A guerra israelense empurrou 85% da população de Gaza para o deslocamento interno em meio a um bloqueio paralisante da maioria dos alimentos, água potável e medicamentos, enquanto 60% da infraestrutura do enclave foi danificada ou destruída, de acordo com a ONU.
Israel é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça. Uma decisão provisória em janeiro ordenou que Tel Aviv garantisse que suas forças não cometessem atos de genocídio e garantisse que a assistência humanitária fosse fornecida aos civis em Gaza.