Assessoria de imprensa responsabiliza administração dos EUA e comunidade internacional "totalmente responsáveis pela continuação do crime organizado contra complexo médico"
Mohammed Al Ragawi | Agência Anadolu
CIDADE DE GAZA, Palestina - O exército israelense ameaçou destruir o Complexo Médico Al-Shifa, no norte de Gaza, com equipes médicas e pacientes dentro, disse a assessoria de imprensa do enclave neste sábado.
"Recebemos testemunhos de dentro do Complexo Médico Al-Shifa indicando que o exército de ocupação israelense ameaçou a equipe médica e os deslocados que ali se abrigavam de que destruiria os edifícios hospitalares com eles dentro", disse a assessoria de imprensa de Gaza em um comunicado.
O Exército exigiu que os palestinos dentro do hospital "saíssem para tortura, investigação e execução", acrescentou.
Israel invadiu pela primeira vez o hospital Al-Shifa, a maior instalação médica do território que abriga milhares de pacientes e deslocados, em novembro passado, argumentando que o grupo palestino Hamas o usou como centro de comando. O último ataque começou na segunda-feira.
A assessoria de imprensa condenou o "crime organizado" que o exército israelense continua a cometer "com toda brutalidade e vingança". Considerou a administração americana e a comunidade internacional "totalmente responsáveis" pelos ataques.
Israel trava uma ofensiva militar mortal na Faixa de Gaza desde um ataque transfronteiriço de 7 de outubro liderado pelo Hamas, no qual cerca de 1.200 israelenses foram mortos.
Mais de 32.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, já foram mortos em Gaza, e quase 74.300 ficaram feridos, além de causar destruição em massa, deslocamento e condições de fome.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, argumenta que "não temos como derrotar o Hamas sem entrar em Rafah", no sul da Faixa de Gaza, e que "faríamos isso com o apoio dos EUA, mas, se necessário, faremos isso sozinhos".