Pelo menos 93 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas
CNN
O grupo radical Estado Islâmico assumiu a responsabilidade por um ataque a um popular complexo de concertos perto de Moscou na sexta-feira (22), que deixou pelo menos 93 mortos e mais de 100 feridos depois que agressores invadiram o local com armas e dispositivos incendiários.
O grupo terrorista assumiu a responsabilidade pelo ataque em um breve comunicado publicado pela agência de notícias Amaq, afiliada ao ISIS, no Telegram na sexta-feira. O grupo não forneceu evidências para apoiar a afirmação.
Imagens de vídeo do local do ataque, a sala de concertos Crocus City Hall, mostram o vasto complexo, que abriga a área musical e um shopping center, em chamas e com fumaça subindo no ar. A agência estatal RIA Novosti informou que os indivíduos armados “abriram fogo com armas automáticas” e “lançaram uma granada ou uma bomba incendiária, que iniciou um incêndio”. Eles então “supostamente fugiram em um carro Renault branco”, disse a agência de notícias.
A mídia estatal Rússia 24 informou que o telhado do local desabou parcialmente.
O ataque ocorreu antes do grupo musical Picnic se apresentar, de acordo com o Russia 24. O empresário da banda disse à mídia estatal que os artistas saíram ilesos.
O Gabinete do Procurador-Geral da Rússia disse que “pessoas não identificadas camufladas invadiram a Prefeitura de Crocus e começaram a atirar antes do início do show”, de acordo com a TASS.
Imagens de vídeo mostraram pânico à medida que o ataque se desenrolava, com multidões amontoadas, gritando e se escondendo atrás de assentos almofadados enquanto tiros começavam a ecoar no vasto salão.
Imagens geolocalizadas pela CNN mostram um indivíduo armado iniciando pelo menos um incêndio dentro do local. O indivíduo é visto carregando algo na mão e, ao sair da tela, um forte flash de luz de uma grande chama é visto no vídeo.
O governador regional, Andrey Vorobyov, disse que tudo estava sendo feito para salvar as pessoas. Uma equipe da SWAT foi chamada para a área e mais de 70 equipes de ambulâncias e médicos ajudaram as vítimas.
Cerca de 100 pessoas foram evacuadas do prédio pelos bombeiros, informou a TASS. As equipes de resgate ainda estão trabalhando para tirar as pessoas do telhado, de acordo com a Diretoria Principal do Ministério de Situações de Emergência da Federação Russa.
O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, classificou o ataque como uma “terrível tragédia”.
“Hoje uma terrível tragédia ocorreu no centro da cidade de Crocus. Minhas condolências aos entes queridos das vítimas. Dei ordens para prestar toda a assistência necessária a todos os que sofreram durante o incidente”, disse Sobyanin num comunicado.
Sobyanin disse no Telegram que cancelaria todos os eventos esportivos, culturais e outros eventos públicos em Moscou neste fim de semana.
Segundo o Kremlin, o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado sobre o ataque e está sendo mantido atualizado sobre as medidas no terreno.
No início deste mês, a embaixada dos EUA na Rússia disse que estava “monitorando relatos de que extremistas têm planos iminentes de atingir grandes reuniões em Moscou”, incluindo concertos. A embaixada alertou os cidadãos dos EUA para evitarem grandes reuniões.
Num discurso na terça-feira 19 à agência de segurança federal da Rússia, Putin classificou os avisos da embaixada sobre potenciais ataques terroristas em Moscou como “provocativos”, dizendo que “estas ações assemelham-se à chantagem aberta e à intenção de intimidar e desestabilizar a nossa sociedade”.
A embaixada dos Estados Unidos Moscou disse na sexta-feira que estava “ciente dos relatos de um incidente terrorista em andamento na Prefeitura de Crocus” e aconselhou os cidadãos dos EUA a não viajarem para a Rússia.
A Ucrânia, que está envolvida numa guerra com a Rússia há mais de dois anos, negou ter qualquer envolvimento no ataque.
“A Ucrânia nunca recorreu ao uso de métodos terroristas”, escreveu o conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak, em parte, numa publicação no X. Ele disse acreditar que a Rússia usaria o ataque para justificar o conflito em curso e intensificar as operações como parte de “propaganda militar” na Ucrânia.