Braga Netto, interventor da Segurança Pública no Rio de Janeiro no governo Temer, foi alertado que Rivaldo Barbosa era suspeito de ter ligações com a milícia carioca — e mesmo assim bancou a indicação do então chefe da Delegacia de Homicídios para a Secretaria de Polícia Civil em março de 2018.
Por Lauro Jardim | O Globo
O aviso foi dado, antes de Barbosa ser nomeado, pelo então subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio, o delegado da PF Fábio Galvão.
O general Walter Braga Netto: enrolado — Foto: Cristiano Mariz/ Agência O Globo |
E o que Braga Netto fez com a informação?
Ignorou-a. Pois logo depois, Rivaldo Barbosa assumia a secretaria — sua posse ocorreu na véspera do assassinato de Marielle Franco. Mais do que ignorou, aliás.
Num segundo movimento, ocorrido cinco meses depois, o general Braga Netto, hoje encrencado na investigação da tentativa de golpe de estado, preferiu resolver o problema de outro modo.
Demitiu Fábio Galvão, que lhe fez o alerta e que, na Subsecretaria de Inteligência, coordenou operações que resultaram na prisão de 1.288 criminosos, sendo 375 agentes públicos de segurança acusados de corrupção.
Hoje, Galvão integra o alto escalão da equipe de Andrei Rodrigues na PF. É coordenador-Geral de Apoio Operacional da diretoria executiva da PF.
Braga Netto que já tinha um abacaxi gigantesco para descascar, o inquérito do golpe, pode estar diante de um problema tão grande quanto para resolver.