O governo da Venezuela criticou nesta quinta-feira (14) as declarações da chefe do Comando Sul do Exército dos EUA, Laura Richardson, e destacou que a unidade militar ameaça a estabilidade e a paz da região.
Sputnik
"Aqui vemos como a líder do Comando Sul dos EUA, Laura Richardson, autoproclama-se a chefe política da direita venezuelana [...], apoiando a ExxonMobil contra a Venezuela e mais uma vez ameaçando a paz e a estabilidade do nosso país", comentou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, ao postar um vídeo de Richardson na rede social X (antigo Twitter).
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No vídeo, Richardson fala sobre sua relação com a Guiana e destaca Georgetown "como um parceiro muito disposto [...] na região". Ela também ressaltou que o Comando Sul observa "o que fazem Maduro e a Venezuela", referindo-se ao território de Essequibo.
A chefe do Comando Sul afirmou também que há um "plano sólido com a Guiana" coordenado pelo governo norte-americano.
O governo de Nicolás Maduro denunciou diversas vezes que as ações da ExxonMobil são promovidas pelos EUA em "cumplicidade" com a Guiana. Em janeiro, as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas acusaram a ExxonMobil de financiar tentativas de assassinar Maduro para se apropriar de Essequibo.
Sobre isso, Maduro afirmou que a petrolífera e o Comando Sul procuram semear um conflito em Essequibo para "saquear" os recursos energéticos do território.
Há mais de 100 anos, a Venezuela e a Guiana têm disputado a soberania da região de Essequibo, que abrange cerca de 160 mil quilômetros quadrados a oeste do rio Essequibo e possui grandes reservas de petróleo. Após as discussões recentes, em dezembro do ano passado, com mediação significativa do Brasil, as lideranças dos dois países concordaram que não se ameaçarão, e não será feito uso da força sob nenhuma circunstância.