O chefe da diplomacia russa disse que a Rússia chamou a atenção na reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina para sua iniciativa de longa data de realizar consultas com os países da região para "harmonizar suas abordagens em apoio à criação de um Estado palestino"
TASS
MOSCOU - A Rússia não vê perspectivas imediatas para chegar a um acordo sobre a situação na Faixa de Gaza, dada a posição de Israel, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, falando na 13ª Conferência do Oriente Médio do Clube de Discussão Valdai.
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"Dada a postura linha-dura da liderança israelense em continuar suas ações militares em Gaza, e agora já expandi-las para Rafah, não vemos perspectivas de uma rápida estabilização da situação no setor", disse ele. "No entanto, é necessário fornecer condições para um acordo sustentável confiável enquanto se busca um cessar-fogo", acrescentou.
Lavrov disse que a Rússia chamou a atenção na reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão palestina para sua iniciativa de longa data de realizar consultas com os países da região para "harmonizar suas abordagens em apoio à criação de um Estado palestino".
"Depois disso, propomos uma reunião interpalestina com a participação de todas as principais facções palestinas para superar a divisão interna", acrescentou o ministro.
Em 7 de fevereiro, o primeiro-ministro judeu, Benjamin Netanyahu, disse que os militares receberam ordens para se preparar para o início dos combates em Rafa, na fronteira da Faixa de Gaza com o Egito. Dois dias depois, ele instruiu o exército a elaborar um plano para evacuar civis e eliminar os quatro batalhões remanescentes do Hamas na cidade.
Em 12 de fevereiro, a mídia árabe relatou ataques militares israelenses maciços em Rafah. De acordo com o canal de TV Al Mayadeen, 100 pessoas morreram no bombardeio e mais de 230 ficaram feridas.
As tensões aumentaram no Oriente Médio depois que militantes do Hamas da Faixa de Gaza atacaram o território israelense em 7 de outubro, quando muitos israelenses que viviam nos assentamentos perto da fronteira foram mortos e mais de 200 pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos, foram feitas reféns. O Hamas vê seu ataque como uma resposta às medidas das autoridades israelenses contra a mesquita de Al-Aqsa, no Monte do Templo de Jerusalém. Israel declarou um bloqueio total à Faixa de Gaza e lançou bombardeios ao enclave e a algumas áreas no Líbano e na Síria.
Em 1º de dezembro, o exército israelense acusou o Hamas de violar a trégua que estava em vigor desde 24 de novembro e anunciou que retomaria os combates na Faixa de Gaza. As autoridades palestinas responsabilizaram os Estados Unidos pela nova agressão israelense.