A inclusão do tema da Ucrânia nas reuniões do G20 é destrutiva e a politização do Grupo é inaceitável, disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia nesta quarta-feira, antes da reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 no Brasil.
Lidia Kelly | Reuters
Melbourne - Os chanceleres do G20 se reunirão no Rio de Janeiro nesta quarta, em sua primeira reunião do ano, presidida pelo Brasil.
Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante visita à Venezuela 20/02/2024 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria |
De acordo com o site do G20 Brasil, o grupo deve discutir, entre outros assuntos, "a situação no Oriente Médio e a ofensiva russa na Ucrânia, que continuam a gerar preocupação global com a crise humanitária e as consequências geopolíticas e econômicas dos conflitos".
A Rússia disse que o tema da Ucrânia não é "essencial" para o G20.
"A delegação russa pretende chamar a atenção especial dos parceiros para a inaceitabilidade da politização do G20, que, de acordo com seu mandato, foi concebido para se concentrar estritamente nos desafios socioeconômicos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Rússia em um comunicado em seu site.
"A inclusão de questões não essenciais, incluindo a questão ucraniana, na agenda do G20 por instigação do Ocidente é destrutiva."
A Rússia, que lançou uma invasão em grande escala na Ucrânia há dois anos e, desde então, sofreu sanções pesadas de muitas das nações do G20, culpa os Estados Unidos e seus aliados por estimular Kiev com armas e dinheiro.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, está viajando para o Brasil para o encontro, que também contará com a presença do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, embora nenhuma reunião tenha sido agendada entre os dois.
O G20, em sua última cúpula de líderes em setembro, não condenou Moscou pela guerra na Ucrânia, mas pediu aos membros que evitassem o uso da força, com Lavrov elogiando o consenso e os aliados de Kiev dizendo que o G20 confirmou o isolamento da Rússia.
Lavrov participou da cúpula de 2023 no lugar do presidente Vladimir Putin, contra quem o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão pela suposta deportação ilegal de crianças da Ucrânia.