Será discutido na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros
Por Rafael Cardoso | Agência Brasil
Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Carvalho Lyrio, que também é o Sherpa do Brasil no G20 - Fernando Frazão/Agência Brasil |
Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (20), o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Carvalho Lyrio, que também é o Sherpa do Brasil no G20, disse que é urgente reestruturar a governança global e garantir mecanismos de construção da paz.
"Estamos apagando incêndios. Com 183 conflitos no mundo, é uma situação tão catastrófica do ponto de vista dos direitos humanitários que a ação tem que ser estrutural", disse o embaixador. "A ideia é que tenhamos uma reforma efetiva da ONU, para que ela realmente se torne um instrumento efetivo para evitar que conflitos ocorram."
"Há países que são a favor da reforma do Conselho de Segurança, outros que priorizam o fortalecimento da Assembleia Geral ou o fortalecimento do Conselho Econômico e Social. O Brasil sempre foi muito aberto a reformas como um todo. A ONU precisa ser mais representativa e mais atualizada com as necessidades contemporâneas", acrescentou.
Reuniões do G20
O Brasil ocupa a presidência rotativa do G20 desde 1º de dezembro de 2023 e permanecerá no cargo até 30 de novembro de 2024. Para este período, estão previstos cerca de 130 encontros em 15 cidades de todo o país. A mais importante será a Cúpula de Chefes de Estado e de Governo do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro deste ano, no Rio de Janeiro.
As reuniões de quarta e quinta-feira contarão com a presença de representantes de todos os membros do grupo: Argentina, Austrália, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido, União Africana e União Europeia.
O Brasil também convidou outros 12 países e representantes de diversas organizações, incluindo a ONU, e bancos de desenvolvimento, como o Banco Mundial e o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, as discussões ao longo do ano serão estruturadas em torno de três prioridades: inclusão social e combate à fome e à pobreza; a promoção do desenvolvimento sustentável, tendo em conta os seus pilares sociais, económicos e ambientais; e reforma das instituições de governança global.