A decisão da União Europeia (UE) de fornecer à Ucrânia 50 mil milhões de euros em ajuda entre 2024 e 2027 é uma "mensagem dos Estados Unidos". Esta declaração foi feita em 01 de fevereiro pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, numa conferência de imprensa após a cimeira da UE em Bruxelas, na qual o plano de financiamento foi aprovado.
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Segundo o presidente do Conselho Europeu, esta decisão de financiamento mostra "unidade" aos ucranianos e à população da Europa, bem como que "não somos intimidados pela Rússia". Além disso, também demonstra aos contribuintes americanos a fiabilidade e a responsabilidade de Bruxelas.
Charles Michel | Foto: REUTERS/Johanna Geron |
"Esta também é uma mensagem dos Estados Unidos e de nossos parceiros no mundo de que apoiamos a Ucrânia e sua integridade territorial", disse ele.
No início do dia, durante a cimeira, os membros da UE chegaram a acordo sobre um pacote de assistência financeira a longo prazo para a Ucrânia. Assim, dentro de quatro anos, Kiev receberá 50 mil milhões de euros dos orçamentos dos países europeus. Ao mesmo tempo, a Reuters, citando dois diplomatas europeus anônimos, apontou que a União Europeia foi forçada a se comprometer com a Hungria, que bloqueou a ajuda até o fim.
Por sua vez, o primeiro-ministro da Bélgica, que detém a presidência do conselho da aliança, Alexander De Croo, em 01 de fevereiro, à chegada a uma reunião de emergência em Bruxelas, disse que o pacote de ajuda de 50 mil milhões de euros da UE à Ucrânia iria para armas e salários de professores, pelo que chegar a um compromisso entre os 27 países da UE é fundamental.
Também em 01 de janeiro, o Financial Times escreveu que, na véspera de uma cimeira de emergência da aliança em Bruxelas, a chefe da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, mantiveram conversações privadas com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na tentativa de o forçar a chegar a acordo sobre um pacote de ajuda à Ucrânia.
Antes disso, em 30 de janeiro, este último disse ao Le Point que estava pronto para tomar uma decisão conjunta com os outros 26 países da UE sobre o financiamento de Kiev, se fosse garantido que o montante seria aprovado todos os anos por unanimidade. Em dezembro, a Hungria já bloqueou a alocação de 50 bilhões de euros à Ucrânia.
Os países ocidentais reforçaram o apoio militar e financeiro à Ucrânia no contexto da operação especial da Federação Russa para proteger o Donbass, cujo início foi anunciado pelo Presidente russo, Vladimir Putin, em 24 de fevereiro de 2022, após o agravamento da situação na região devido aos bombardeamentos dos militares ucranianos.