O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira que a vitória total em Gaza está ao alcance, rejeitando a proposta mais recente do Hamas para um cessar-fogo que garantiria o retorno dos reféns que ainda estão sendo mantidos no enclave.
Por Samia Nakhoul, Andrew Mills, Nidal al-Mughrabi e Humeyra Pamuk | Reuters
DOHA - Netanyahu renovou a promessa de destruir o movimento islâmico palestino, dizendo que não havia alternativa a Israel que não fosse o colapso do Hamas.
Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu 05/02/2024 GIL COHEN-MAGEN/Pool via REUTERS |
“O dia depois é o dia depois do Hamas. Todo o Hamas”, afirmou, em entrevista coletiva, insistindo que a vitória total contra o Hamas é a única solução para a guerra em Gaza.
O Hamas propôs um cessar-fogo de quatro meses e meio em Gaza, durante o qual todos os reféns seriam libertados, Israel retiraria suas tropas da Faixa de Gaza e um acordo seria fechado sobre o fim da guerra.
A proposta do Hamas, cujo conteúdo foi publicado pela primeira vez pela Reuters, é uma resposta a uma sugestão anterior alinhada por chefes de espionagem de EUA e Israel e entregue ao Hamas semana passada por mediadores de Catar e Egito.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, discutiu a proposta com Netanyahu após chegar a Israel depois de conversas com líderes de Catar e Egito, os países que têm agido como mediadores. Blinken depois se reuniu com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Ramallah.
Israel começou sua ofensiva militar depois que militantes de Gaza, governada pelo Hamas, mataram 1.200 pessoas e tomaram 253 reféns no sul de Israel em 7 de outubro. O Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 27.585 palestinos foram mortos e acredita-se que ainda haja outros milhares debaixo dos escombros. Houve apenas uma trégua até agora, que durou apenas uma semana, no fim de novembro.
Israel afirmou anteriormente que não retirará suas tropas de Gaza ou encerrará a guerra até que o Hamas seja eliminado.
Mas fontes descreveram uma nova abordagem do Hamas à sua exigência persistente de encerrar a guerra, agora propondo-a como uma questão a ser resolvida em futuras negociações e não mais uma condição para a trégua.
Uma fonte próxima às negociações afirmou que a contraproposta do Hamas não exigiria uma garantia de cessar-fogo permanente como ponto de partida, mas que um fim à guerra teria que ser acertado antes que os últimos reféns fossem libertados.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi, Andrew Mills e Samia Nakhoul em Doha, Humeyra Pamuk em Tel Aviv, Bassam Massoud em Gaza)