O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, impediu que uma delegação de seu governo regressasse ao Egito para atender a uma cúpula de quatro dias com mediadores internacionais, com intuito de alcançar uma troca de prisioneiros com o movimento Hamas, segundo relatos da imprensa local divulgados nesta quarta-feira (14).
Monitor do Oriente Médio
“Netanyahu proibiu que a equipe de negociadores voltasse ao Egito nesta quinta-feira [15], para continuar conversas sobre a libertação dos reféns”, reportou o Canal 12 da televisão israelense. “Netanyahu crê que o Hamas deve aceitar seus termos para fazer progresso”, acrescentou.
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, durante reunião de gabinete em Tel Aviv, em 17 de dezembro de 2023 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images] |
Oficiais de Israel, Egito, Catar e Estados Unidos realizaram uma reunião na cidade do Cairo nesta terça-feira (13), a fim de debater a eventualidade de um cessar-fogo em Gaza junto a uma troca de prisioneiros entre o movimento Hamas e o Estado colonial de Israel.
“A posição do Hamas não mudou, ao insistir em terminar a guerra, porém sem o aval de Israel”, comentou a rádio militar KAN ao citar uma fonte anônima.
Na semana passada, o Hamas propôs um plano de cessar-fogo em três fases, incluindo 135 dias de trégua para libertação de prisioneiros de guerra mantidos em Gaza e presos políticos detidos arbitrariamente nas cadeias de Israel.
Nos últimos quatro meses, Israel dobrou a população carcerária palestina, sem devido processo, ao prender mais de seis mil pessoas — incluindo mulheres e crianças. A maioria dos prisioneiros continua em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.
Israel crê haver ainda 134 colonos e soldados sob custódia na Faixa de Gaza.
Netanyahu rejeitou o cessar-fogo e prometeu seguir com a guerra até uma “vitória absoluta”.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas que capturou colonos e soldados. Desde então, são 28.576 palestinos mortos e 70 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.