General Walter Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro, participou de articulações golpistas, segundo a Polícia Federal
Guilherme Amado | Metrópoles
Walter Braga Netto não tem tido sorte ao sair por Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e isso não tem a ver com as últimas boas-novas que a Polícia Federal lhe tem trazido. Na manhã desta quinta-feira (15/2), um dia após ser fotografado passeando com seu cachorro, o general foi abordado por uma idosa moradora do bairro.
Walter Braga Netto | Coluna Guilherme Amado |
A conversa foi nas imediações do metrô da Rua Siqueira Campos, por onde Braga Netto costuma passear com seu buldogue francês. Desta vez, estava sem o cachorro.
“Estou reconhecendo o senhor de algum lugar!”, começou a moradora.
“Sou o Braga Netto”, respondeu um sorridente general, acreditando estar diante de uma “patriota”.
“Ah, sim! Trabalhou no governo, né?”
“Pois é. Você viu? Estão tentando jogar as coisas pra gente agora”, arriscou Braga Netto.
“Ah, mas teve golpe, né?”, rebateu a senhora.
Braga Netto então apresentou um argumento que volta e meia é usado pelos bolsonaristas quando querem enfraquecer a investigação sobre os planos de golpe.
“Não teve golpe, não. Claro que não teve golpe. Como é que se faz golpe sem arma?”, respondeu.
“Teve, sim. Bolsonaro é golpista”, terminou a senhora, para um constrangido Braga Netto, que, sorrindo amarelo, se despediu e deu as costas.