Os esforços para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas se intensificam nesta quinta-feira (1º). O Hamas deu uma "primeira confirmação positiva" a uma proposta de pausa humanitária com troca de reféns. Mais cedo, o presidente dos EUA, Joe Biden, adotou uma medida sem precedentes, destinada a sancionar os colonos israelenses acusados de violência contra os palestinos na Cisjordânia ocupada.
RFI
O Hamas deu uma “primeira confirmação positiva” a uma proposta de pausa humanitária na sua guerra com Israel e a uma troca de reféns e prisioneiros palestinos, segundo anunciou na quinta-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari.
Palestinos fogem da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, após uma ofensiva israelense terrestre e aérea na segunda-feira, 29 de janeiro de 2024. AP - Fatima Shbair |
Um novo acordo para uma trégua e para a libertação de reféns e palestinos detidos por Israel está atualmente em estudo, com base numa proposta emitida após uma reunião na França, no fim de semana passado, entre representantes americanos, israelenses, catarianos e egípcios.
“Esta proposta foi aprovada pelo lado israelense e agora temos uma primeira confirmação positiva do Hamas”, disse Majed al-Ansari. "O caminho a percorrer ainda é muito difícil. Estamos otimistas porque ambas as partes aceitaram as premissas que levariam a uma próxima ruptura. Esperamos que nas próximas duas semanas possamos compartilhar boas notícias sobre este assunto", acrescentou.
No dia do ataque do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, cerca de 250 pessoas foram raptadas, uma centena das quais foram libertadas no final de novembro, durante uma trégua de uma semana. Segundo as autoridades israelenses, 132 reféns estavam detidos em Gaza, dos quais 27 morreram.
Proposta de três fases
Desta vez, o Hamas anunciou uma proposta em três fases, incluindo uma pausa de seis semanas nos combates, com possível prorrogação.
Durante este período, Israel terá de libertar entre 200 a 300 prisioneiros palestinos não detidos sob um regime de alta segurança, em troca de 35 a 40 reféns mantidos em cativeiro em Gaza, segundo uma fonte do Hamas próxima aos mediadores egípcios e catarianos. Além disso, de 200 a 300 caminhões de ajuda humanitária também poderão entrar na Faixa de Gaza todos os dias.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza realizaram um ataque sem precedentes em solo israelense, que deixou cerca de 1.163 mortos, a maioria civis, segundo uma nova contagem da AFP baseada em números de autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e lançou uma ofensiva militar que deixou mais de 27 mil mortos, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do movimento.
Sanções contra colonos
Nesta quinta-feira, Washington, em iniciativa inédita, anunciou sanções contra colonos de Israel na Cisjordânia, onde a violência aumentou à margem da guerra em Gaza para atingir, segundo Joe Biden, "níveis intoleráveis".
Segundo Washington, as sanções visam pessoas acusadas de “atos de terrorismo” ou que “prejudiquem a paz, a estabilidade e a segurança” no território.
(Com informações da AFP)