Volker Turk, alto-comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, reiterou nesta sexta-feira (23) que os perpetradores de violações humanitárias no conflito em curso na Palestina histórica devem ser responsabilizados, segundo informações da agência de notícias Reuters.
Monitor do Oriente Médio
“A impunidade entrincheirada, denunciada há anos por nossa organização, não pode persistir”, alertou Turk em um novo relatório sobre as condições impostas pelas forças israelenses na Faixa de Gaza sitiada e na Cisjordânia ocupada.
Volker Turk, alto-comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas, durante coletiva de imprensa em Genebra, em 6 de dezembro de 2023 [Fabrice Coffrini/AFP via Getty Images] |
Segundo Turk, a impunidade contribui para violações que podem equivaler a crimes de guerra.
Turk, contudo, adotou um discurso de “dois lados”, ao pedir a todas as partes em confronto que “ponham fim à impunidade e conduzam investigações céleres, independentes, transparentes, detalhadas e efetivas”.
Turk pediu ainda um cessar-fogo humanitário em Gaza, em respeito à lei internacional.
Em janeiro, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, admitiu a “plausibilidade” sobre as denúncias sul-africanas de que Israel comete genocídio em Gaza, ao ordenar as forças ocupantes a impedir a morte de civis e permitir o fluxo humanitário — contudo, sem aval.
Em caso distinto, a África do Sul instou a mesma corte na terça-feira (20) a deferir uma opinião consultiva sobre o caráter jurídico da ocupação militar israelense na Palestina, ao apontar para a importância da medida na busca de uma solução ao conflito.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 29.410 mortos e 69,465 feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.