Cerca de 8.000 pessoas foram retiradas na segunda-feira (5) do hospital Al-Amal, no sul de Gaza, cercado por combates, mas cerca de 300 outras continuam no local, incluindo idosos, disse a Cruz Vermelha na terça-feira (6). A retaliação de Israel em Gaza já deixou 27.585 mortos, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
RFI
“A situação humanitária na Faixa de Gaza é mais do que catastrófica”, disse um porta-voz da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV), Tommaso Della Longa, durante uma coletiva de imprensa em Genebra.
Palestinos velam parentes, mortos em ataque israelense no sul da Faixa de Gaza. Necrotério em Rafah, 6/02/24 © Fatima Shbair / AP |
“Oito mil pessoas deslocadas que encontraram abrigo no nosso hospital do Crescente Vermelho Palestino em Khan Younes, Al-Amal, deixaram o hospital, disse ele. Ele explicou à AFP que a decisão de saída foi tomada “devido à falta de segurança”.
“Atualmente ainda existem cerca de 100 idosos e deficientes que não conseguiram sair do hospital, 80 pacientes e 100 funcionários e voluntários", afirmou.
A Faixa de Gaza está sitiada e devastada após quatro meses de guerra entre Israel e o Hamas palestino, um conflito desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islâmico a Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Cerca de 250 pessoas foram raptadas em 7 de outubro, segundo Israel, e 132 reféns continuam detidos em Gaza, dos quais pouco menos de 30 teriam morrido.
A retaliação de Israel em Gaza deixou 27.585 mortos, a grande maioria civis, segundo o ministério da Saúde do Hamas.
Khan Younes, a principal cidade do sul do território palestino, que, segundo Israel, é o lar de líderes do movimento islâmico, foi em grande parte transformada num campo de ruínas.
Hospital rodeado por violência
Há mais de duas semanas, explicou Della Longa, o hospital de al-Amal está rodeado de violentos combates, tendo mesmo sido “atingido diversas vezes”, incluindo na última sexta-feira, provocando a morte do responsável pela Juventude e Voluntários, do departamento do Crescente Vermelho Palestino.
O hospital Al-Amal é um dos mais importantes da cidade, juntamente com o centro médico Nasser, também encurralado nos combates.
“A ocupação israelense está reforçando o cerco ao complexo médico de Nasser e atacando o seu perímetro de forma sustentada”, disse Ashraf al-Qudra, porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas.
Segundo ele, 300 médicos, 450 feridos e 10 mil deslocados estão dentro do hospital Nasser, onde faltam alimentos, assim como medicamentos, sobretudo anestésicos e cirúrgicos.
Além disso, disse ele, os geradores devem desligar "dentro de quatro dias por falta de combustível".
Ataque mata seis policiais
Em outro incidente, um ataque israelense nesta terça-feira matou seis policiais palestinos que controlavam a passagem de um caminhão de ajuda humanitária, disseram várias testemunhas e o Ministério da Saúde do Hamas.
"Seis policiais palestinos morreram quando a ocupação israelense atacou seu veículo no bairro de Khirbat Al Adas, em Rafah", no sul da Faixa de Gaza, informou o ministério em comunicado.
(com AFP)