Os Estados Unidos não pretendem parar os ataques no Oriente Médio e continuarão a responder às mortes de seus militares, disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em entrevista coletiva em Doha nesta quarta-feira (6).
Izvestia
"A reação que mostramos nos últimos dias continuará", disse ele em resposta a uma pergunta sobre os ataques dos EUA no Iraque e na Síria.
Foto: Mark Schiefelbein/Pool via REUTERS |
Blinken enfatizou a importância de os Estados Unidos transmitirem a posição da Casa Branca aos grupos pró-iranianos envolvidos nos ataques a bases militares americanas.
"É importante que eles não apenas aprendam a lição, mas também tomem medidas para impedir os ataques contra nossos militares", acrescentou o chefe do Departamento de Estado dos EUA.
Ao mesmo tempo, ele ressaltou a falta de desejo por parte da liderança americana de escalar as tensões no Oriente Médio.
"Deixamos claro que não buscamos escalar o conflito e não queremos uma escalada. Também deixamos claro que, em caso de ameaça aos nossos militares, ao nosso povo, em caso de ataque, responderemos. Vamos protegê-los", acrescentou o diplomata.
Em 28 de janeiro, tropas americanas em uma base na Jordânia foram atacadas por um drone. De acordo com o Pentágono, três militares morreram e mais de 25 ficaram feridos no ataque. Washington culpou o Irã, entre outras coisas, pelo incidente. A CNN notou que esta é a primeira vez desde o início da escalada do conflito israelo-palestiniano que militares americanos são mortos por "fogo inimigo".
Biden, em sua declaração, culpou o ataque a grupos apoiados pelo Irã que operam no Iraque e na Síria. Ele indicou que eles seriam responsabilizados pelo ataque.
Em 1º de fevereiro, o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, disse que os Estados Unidos tomariam todas as medidas necessárias para proteger suas forças no Oriente Médio. Segundo ele, ele, assim como Biden, não tolerará ataques às tropas americanas. Ao mesmo tempo, Washington continuará a procurar evitar a expansão do conflito na região, acrescentou Austin.
No dia seguinte, soube-se que pelo menos 11 alvos de formações pró-iranianas foram bombardeados. O Comando Central dos EUA (CENTCOM) confirmou ataques a alvos no Iraque e na Síria. As Forças Armadas dos EUA atingiram mais de 85 alvos com a ajuda de um grande número de aeronaves, incluindo o uso de bombardeiros de longo alcance, que foram enviados dos Estados Unidos da América.
Durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre esse tema em 5 de fevereiro, o representante permanente da Rússia na organização, Vasily Nebenzya, disse que os ataques dos EUA no Iraque e na Síria são projetados para alimentar ainda mais o conflito no Oriente Médio e podem se tornar uma ameaça à paz internacional. Ele pediu à comunidade internacional que condene inequivocamente as ações imprudentes de Washington e seus aliados no Oriente Médio, que violam a soberania do Iraque e da Síria.
Os ataques a bases americanas no Oriente Médio se tornaram mais frequentes em meio à escalada do conflito israelense-palestino, no qual os EUA apoiaram Israel.