A entrevista do jornalista dos EUA Tucker Carlson com o presidente russo Vladimir Putin foi um verdadeiro evento político e ela é principalmente resultado da luta política nos EUA na véspera das eleições presidenciais no país, disse à Sputnik o professor Xu Poling da Academia Chinesa de Ciências Sociais.
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De acordo com o especialista chinês, diretor do Departamento de Economia da Rússia no Instituto de Estudos da Rússia, Europa Oriental e Ásia Central, "Carlson é um jornalista bem conhecido, ele foi demitido da mídia por causa de suas opiniões divergentes" em relação ao conflito ucraniano.
O fato de que sua entrevista se tornou um evento político é principalmente resultado de uma competição política feroz e luta nos EUA com o início do ano eleitoral presidencial", disse Poling.
Ele destacou que Carlson veio entrevistar Putin, superando certos obstáculos, e afirmando que quer contar ao mundo a verdade sobre o conflito na Ucrânia.
"Acho que o próprio fato nos mostra que é o efeito oposto, a tendência inversa da propaganda do Partido Democrata liderado por Joe Biden e suas políticas internacionais, ações antirussas e antichinesas excessivas e a criação de guerras midiáticas", disse o especialista.
Segundo ele, desde que Biden substituiu Trump, ele tem tentado criar um sistema de alianças para manter a hegemonia norte-americana. Neste processo, diz o especialista, Biden precisa criar um inimigo externo.
"É mais fácil criar um inimigo externo durante o período das eleições, isto porque os problemas internos têm uma lógica mais profunda, que ele não pode explicar claramente, mas na criação de inimigos externos ela [a lógica] é consequente. Então, a fim de criar alianças, Biden precisa inflar a ameaça que os membros da aliança podem enfrentar", explicou o acadêmico.
Por isso, destaca Poling, desde o início do conflito na Ucrânia, a maior parte da propaganda ocidental sobre esta questão tem sido mentira e contém elementos de guerra midiática.