"Não encerramos, não encerraremos nossas relações econômicas e comerciais com o vizinho Irã devido a sanções", disse Recep Tayyip Erdogan após reunião com seu homólogo iraniano
Türkiye está determinado a atingir meta comercial de US$ 30 bilhões com Irã, afirma presidente turco
Ebrahim Raisi elogia cooperação bilateral de 2 países vizinhos
Merve Berker | Agência Anadolu
ANCARA - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse nesta quarta-feira que Ancara e Teerã devem fortalecer sua cooperação para promover o desenvolvimento e a estabilidade na região.
"Não encerramos e não encerraremos nossas relações econômicas e comerciais com nosso vizinho Irã devido a sanções", disse Erdogan em uma entrevista coletiva conjunta com seu homólogo iraniano, Ebrahim Raisi, logo após a reunião e a assinatura de 10 acordos.
Erdogan enfatizou que melhorar as relações bilaterais não beneficiaria apenas os dois países, mas toda a região.
Türkiye está "determinado a atingir a meta comercial de US$ 30 bilhões com o Irã", afirmou.
Referindo-se à guerra israelense em curso em Gaza, o presidente turco expressou: "A vitória neste processo será de nossos irmãos palestinos".
Ele acrescentou que a questão está no foco de Ancara e Teerã.
"Estamos trabalhando e trabalharemos com todas as nossas forças para parar os massacres, estabelecer um cessar-fogo e abrir o caminho para a paz permanente na região", sublinhou.
Raisi, por sua vez, elogiou a cooperação bilateral entre os dois países vizinhos.
Sobre a guerra israelita em Gaza, o líder iraniano criticou o apoio dos EUA às decisões israelitas, bem como a "disfuncionalidade" das instituições internacionais, incluindo a ONU.
"Em um momento em que as organizações internacionais estão perdendo sua função, definitivamente precisamos lutar por uma nova e justa ordem mundial", enfatizou.
Ele enfatizou à comunidade internacional que "cortar as relações políticas e econômicas com o regime sionista será um impedimento para acabar com esses assassinatos sionistas".
Mais cedo, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza bloqueada disse na quarta-feira que o número de palestinos mortos em ataques israelenses em Gaza desde 7 de outubro saltou para 25.700.
Em nota, o ministério informou que outras 63.740 pessoas também ficaram feridas.
As forças israelenses cometeram 24 massacres em toda a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, matando 210 pessoas e ferindo outras 386, disse o comunicado, acrescentando: "Muitas pessoas ainda estão presas sob escombros e nas estradas e as equipes de resgate não conseguem alcançá-las".
Israel ataca a Faixa de Gaza desde uma incursão transfronteiriça do grupo palestino Hamas em outubro passado, na qual acredita-se que quase 1.200 israelenses tenham sido mortos.
Cerca de 85% dos habitantes de Gaza já foram deslocados, todos eles estão em insegurança alimentar e o sistema de saúde está em colapso. Centenas de milhares de pessoas vivem sem abrigo, e menos da metade dos caminhões de ajuda humanitária estão entrando no território do que antes do início do conflito.