O ministério da Defesa, assessorado pelos estados maiores do Exército, Marinha e Aeronáutica, em nota oficial enviada à Câmara dos Deputados, assinada pelo Vice-Almirante André Luiz de Andrade Felix, Chefe do Gabinete do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, deixa claro que os militares brasileiros acreditam que as Forças Armadas e a Guarda nacional Bolivariana têm baixa disponibilidade de equipamentos e pouca capacidade logística e que por isso não oferecem risco à integridade do território brasileiro.
Revista Sociedade Militar
A princípio, segundo os militares brasileiros, não foram observadas movimentações anormais de tropas de ambos países nas proximidades das nossas fronteiras. Sobre a presença de tropas brasileiras na região, o Ministério admite que há muitos problemas, mas diz que há em curso planejamento e ações para reforçar as guarnições locais.
Nicolas Maduro – Presidente da Venezuela junto de militares em 2019 / chancelaria da Venezuela |
“ ideia de reforçar as guarnições em Roraima, transformando a atual em Regimento de Cavalaria Mecanizada, já estava prevista, uma vez que a região apresenta diversos problemas…”
Segundo o Requerimento de Informação nº 2993/2023 ao qual a Revista Sociedade Militar teve acesso antecipado, respondido pelo Ministério da Defesa em 15 de janeiro de 2024, o parlamento estaria preocupado com a capacidade de defesa da integridade do território brasileiro.
A primeira questão colocada foi: Considerando as capacidades estimadas da Venezuela, como a Defesa Nacional pretende garantir a inviolabilidade do Território Nacional?
“… Eles têm capacidades e financiamento suficientes para cumprir tarefas de segurança interna e o seu papel de proteção do regime, a despeito dos desafios econômicos, baixa disponibilidade de equipamentos e níveis de treinamento com restrição. As forças armadas mantêm o seu regime de treinamento regular e a cooperação civil-militar aumentou. Há pouca capacidade logística para apoiar missões fora do país. O equipamento é relativamente moderno e grande parte é oriundo da China e Rússia. Embora a crise econômica tenha afetado a capacidade do governo de sustentar despesas militares, impactando em novas aquisições, recentemente foram renovados, mas com pouca robustez, acordos na área de manutenção e modernização dos meios. A indústria de defesa da Venezuela baseia-se numa série de pequenas empresas estatais, focadas principalmente na produção de armas/equipamentos de pequeno porte e munições. A sua indústria naval tem se limitado a construção de pequenas embarcações de patrulha costeira.”
Sobra a quantidade de aeronaves Su30 e F-16, algo que também foi questionado pela Câmara dos Deputados, o Ministro da Defesa respondeu, mas não entrou em detalhes sobre a capacidade delas influírem de alguma forma na questão Essequibo ou de ingressarem no espaço aéreo brasileiro, o que seria improvável.
Os parlamentares brasileiros questionaram ainda sobre a quantidade de caças SU-30, F16 e as plataformas S300, armamento russo adquirido pelo país. Os militares brasileiros responderam de maneira bem resumida: “15 F-16A/B e 21 Su-30MKV e 02 S-300VM (RS-SA-23)“