O México e o Chile expressaram nesta quinta-feira “crescente preocupação” com a “escalada da violência” da guerra entre Israel e Hamas, em documento enviado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) sobre possíveis crimes.
Por Kylie Madry | Reuters
CIDADE DO MÉXICO - Militantes do Hamas lançaram um ataque surpresa em Israel em outubro, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e tomando 253 reféns, com vários relatos de estupros e mutilações. A ofensiva israelense em retaliação, na Faixa de Gaza, causou uma reação global em função da morte de civis, especialmente crianças.
Fumaça após ataques israelenses, vista de Rafah, no sul da Faixa de Gaza 18/01/2024 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa |
Autoridades de Gaza, que é governada pelo Hamas, disseram que o número de mortos subiu para 24.620, com muitos outros possivelmente soterrados nos escombros.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do México afirmou que o TPI é o fórum correto para estabelecer as potenciais responsabilidades por crimes, “sejam cometidos por agentes da força que ocupa o poder, ou do poder que foi ocupado”.
“A ação de México e Chile ocorre devido à crescente preocupação quanto à escalada da violência, particularmente contra alvos civis”, disse.
Israel não integra a corte, que tem sede em Haia, e não reconhece a sua jurisdição. Mas o promotor do tribunal disse que o órgão tem jurisdição sobre potenciais crimes de guerra cometidos pelos militantes do Hamas em Israel ou por israelenses na Faixa de Gaza.
O chanceler do Chile, Alberto van Klaveren, afirmou nesta quinta-feira, em Santiago, que o país está “interessado em ajudar na investigação de qualquer possível crime de guerra” que possa ter ocorrido.
O México afirmou que está seguindo de perto o processo impetrado na semana passada na Corte Internacional de Justiça, em que a África do Sul acusa Israel de realizar genocídio na Faixa de Gaza, e exigindo que o tribunal emita uma suspensão de emergência da campanha militar israelense.
Israel nega as acusações.
Tanto a CIJ quanto o TPI julgam casos de genocídio, com o primeiro resolvendo disputas entre países, e o segundo julgando indivíduos pelos seus crimes.
(Reportagem adicional de Alexander Villegas)