Após o assassinato de Saleh al-Arouri em Beirute, o número 2 da ala política do Hamas, o porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, disse nesta quarta-feira (3) que o país está "de prontidão para enfrentar qualquer cenário" e continuará "concentrado" na luta contra o grupo terrorista.
RFI
O ataque de drone de Israel, que matou al-Haouri, ocorreu nesta terça-feira (2) em um subúrbio do sul de Beirute, reduto do Hezbollah pró-iraniano. Além dele, outros seis membros do Hamas morreram.
Após o ataque, o presidente francês, Emmanuel Macron pediu que "ações que levem à escalada da violência sejam evitadas, especialmente no Líbano", de acordo com um comunicado do Palácio do Eliseu.
Macron conversou por telefone com o ministro israelense Benny Gantz, membro do gabinete de guerra, e enfatizou que "a França continuará a levar essa mensagem a todos os atores direta ou indiretamente envolvidos".
O chefe de Estado também expressou sua "mais profunda preocupação com o número de vítimas civis e a emergência humanitária em Gaza". Macron ainda "lembrou a obrigação de Israel de proteger os civis e enfatizou a urgência de entregar a ajuda à população do enclave palestino.
Macron também salientou que é necessário "agir para obter um cessar-fogo duradouro, com a ajuda de todos os parceiros regionais e internacionais", acrescentou.
Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, as tensões aumentaram na fronteira entre Israel e o Líbano, na Síria e no Iraque, com disparos contra as bases americanas, e no Mar Vermelho, onde ataques dos rebeldes huthis tem como objetivo desacelerar o tráfego marítimo internacional em "apoio" a Gaza.
"Movimento nunca será derrotado"
O líder do Hamas, Ismaïl Haniyeh, disse que seu movimento "nunca será derrotado", após a morte de al-Haouri.
"Um movimento cujos líderes e fundadores caem como mártires em nome da dignidade do povo e de nossa nação nunca será derrotado", afirmou Haniyeh em um discurso na TV. "Essa é a história da resistência e do movimento que, após o assassinato de seus líderes, torna-se ainda mais forte e mais determinado", declarou.
O aumento da tensão entre os dois campos cresceu após reação do poderoso Hezbollah pró-iraniano no Líbano. O movimento armado declarou na noite de terça-feira que o "assassinato" por Israel do número dois do movimento palestino Hamas em seu reduto, no subúrbio do sul de Beirute, "não ficará impune".
"Assassinar Saleh al-Arouri no subúrbio do sul de Beirute é uma grave agressão contra o Líbano (...) e não ficará impune ou sem resposta", disse o Hezbollah, em um comunicado. O grupo xiita libanês faz há quase três meses ataques diários contra Israel a partir do sul do Líbano.
Saída dos palestinos e críticas dos EUA
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, voltou a defender a saída em massa dos palestinos de Gaza nesta quarta-feira, rejeitando as críticas dos EUA de que suas declarações anteriores sobre a questão foram "irresponsáveis".
"Os Estados Unidos são nossos amigos, mas, acima de tudo, faremos o que é bom para o Estado de Israel: incentivar a emigração de centenas de milhares de pessoas de Gaza e permitir que os residentes (israelenses) retornem às suas casas (nos limites de Gaza) e vivam em segurança, protegendo nossos soldados", escreveu Ben Gvir na rede social X, em resposta às críticas americanas.