Mensagens encontradas em um grupo do Telegram teriam chamado combatentes terroristas de "mártires" e "heróis"
Nataliya Vasilyeva | The Telegraph
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) disse que demitiu vários funcionários após relatos de seu envolvimento no ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro.
O secretário-geral da ONU estaria "horrorizado" com o envolvimento de membros da equipe com a organização terrorista FOTO: HATEM ALI/AP |
A agência disse em um comunicado na sexta-feira que recebeu informações de Israel sobre o suposto envolvimento de alguns de seus trabalhadores nos ataques.
Philippe Lazzarini, chefe da agência, disse na sexta-feira: "As autoridades israelenses forneceram à UNRWA informações sobre o suposto envolvimento de vários funcionários da UNRWA nos horríveis ataques a Israel em 7 de outubro.
"Para proteger a capacidade da agência de fornecer assistência humanitária, tomei a decisão de rescindir imediatamente os contratos desses funcionários e iniciar uma investigação para estabelecer a verdade sem demora."
Lazzarini, que fez viagens frequentes a Gaza durante a guerra, tem sido um dos mais ferrenhos críticos da operação terrestre israelense.
O anúncio foi feito enquanto a Corte Internacional de Justiça proferia uma decisão, não ordenando que Israel cessasse os combates em Gaza, mas ordenando que tomasse todas as medidas para evitar o genocídio.
Desejando-lhes a vitória
A UN Watch, uma ONG com sede em Genebra que examina o trabalho da ONU, levantou o alarme no início deste mês sobre supostas simpatias do Hamas entre vários funcionários da ONU em Gaza.
A organização citou postagens de ódio em um grupo do Telegram com cerca de 3.000 professores da UNRWA em Gaza, elogiando os atacantes do Hamas como "heróis".
O grupo do Telegram, que contém detalhes pessoais de professores da UNRWA, seus horários de trabalho e outros, continha fotos de israelenses mortos ou capturados.
Vários professores citados pela ONU Watch foram vistos glorificando os atacantes do Hamas como "mártires" e desejando-lhes vitória.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, foi informado sobre as alegações, disse seu porta-voz.
Stephane Dujarric disse: "O secretário-geral está horrorizado com esta notícia".
Ele disse que o chefe da ONU pediu a Lazzarini que conduzisse uma investigação para garantir que qualquer funcionário da UNRWA que comprovadamente participou ou incitou os ataques de 7 de outubro fosse encerrado imediatamente e encaminhado para um possível processo criminal.
"Uma revisão independente urgente e abrangente da UNRWA será conduzida", acrescentou Dujarric.
A partir de sexta-feira, as mensagens citadas pelo UN Watch já não aparecem no chat.
A UNRWA foi estabelecida em Gaza em 1949, após a Guerra Árabe-Israelense de 1948. É um dos maiores programas da ONU, com mais de 30.000 funcionários trabalhando em cinco áreas de operação. Não ficou imediatamente claro onde os funcionários em questão trabalhavam.