O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, propôs ao Azerbaijão a assinatura de um pacto de não agressão em meio às arrastadas tratativas de paz entre os países.
Sputnik
"Propusemos ao Azerbaijão a desmilitarização da fronteira, um mecanismo para controle mútuo de armas, e também a assinatura de um pacto de não agressão, caso se verifique que a assinatura de um tratado de paz levará mais tempo do que o esperado", disse Pashinyan durante a cerimônia do Dia do Exército.
Segundo o líder armênio, a nação não tem reivindicações sobre qualquer território que não seja de sua soberania, e ninguém pode ter quaisquer reivindicações sobre qualquer território da Armênia.
"Como já disse, estamos prontos para dar tais garantias, garantias fortes e irreversíveis, mas esperamos garantias semelhantes de outros. Estamos prontos para seguir este caminho e, além disso, oferecemos ao Azerbaijão vários mecanismos de garantia de segurança", disse Pashinyan.
"Por exemplo, uma retirada conjunta das tropas das fronteiras administrativas da RSS da Armênia e da RSS do Azerbaijão [antigas Repúblicas Socialistas Soviéticas pertencentes à URSS]."
De acordo com o Protocolo de Alma-Ata de 1991, essas seriam as fronteiras dos Estados armênio e azeri. Em 6 de outubro de 2022 em Praga, tanto Yerevan quanto Baku concordaram em reconhecer a integridade territorial um do outro a partir desse documento.
"Uma retirada espelhada das tropas permitiria que todos os territórios da RSS do Azerbaijão estivessem sob o controle do Azerbaijão, e todos os territórios da RSS da Armênia estivessem sob o controle da Armênia", declarou Pashinyan.
Em 2022, Armênia e Azerbaijão, através da mediação da Rússia, Estados Unidos e União Europeia, começaram a discutir um tratado de paz. Durante toda a existência da república não reconhecida em Nagorno-Karabakh, a Armênia não reconheceu a sua soberania, e o primeiro-ministro Nikol Pashinyan, em negociações com o Ocidente e depois em uma conferência de imprensa em Yerevan em maio de 2023, afirmou que Nagorno-Karabakh faz parte do Azerbaijão.
Em setembro, o presidente russo, Vladimir Putin, observou que a liderança armênia reconheceu a soberania do Azerbaijão sobre Karabakh. Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijão, afirmou que os países podem assinar um tratado de paz se Yerevan não mudar sua posição.