Haveria 34 caças F-16 para Argentina, mas o presidente ucraniano Zelensky conseguiu reservar 10 para sua guerra contra a Rússia de Putin.
Por Fernando Valduga | Cavok
A Força Aérea Argentina continuará com o processo de compra da Dinamarca de 24 caças F-16 usados ??fabricados nos Estados Unidos com a aprovação da Casa Branca, conforme noticiado na segunda-feira (29/01) em Buenos Aires.
Javier Milei junto o embaixador dos Estados Unidos, Marc Stanley. |
A decisão significou deixar de lado a alternativa do jato chinês JF-17 Thunder, em linha com a política do presidente Javier Milei de não aderir ao grupo BRICS e de não ter Pequim como aliado fundamental.
Os F-16 foram fabricados pela Lockheed Martin e era necessária a aprovação de Washington para que fossem uma opção viável. O Governo dos EUA também financiará a operação, que envolverá pagamentos anuais para o país sul-americano.
A Dinamarca está vendendo os F-16 sem a parte electrônica avançada que a OTAN possui e sem as armas. Os Estados Unidos venderão isso. Os aviões estão avaliados em 300 milhões e as armas e electrônica outros 300 milhões, embora os Estados Unidos doem mais ou menos 15 por cento. Os EUA não se importam se a Argentina comprará ou não os aviões, a única coisa que importa é que os argentinos não comprem os aviões chineses.
Xi Jinping ofereceu ao antecessor de Milei, Alberto Fernández, 34 jatos JF-17 a preço de banana e através de um esquema de financiamento atípico.
O embaixador americano Marc Stanley convidou o então ministro da Economia e candidato presidencial Sergio Massa a transmitir a aprovação da Casa Branca a essa medida, o que resultou na não viagem do então ministro da Defesa Jorge Taiana a Pequim para continuar as negociações.
Neste cenário, o Conselho de Segurança da Casa Branca emitiu uma instrução secreta para ajudar a Argentina na compra destes aviões. A notícia foi comunicada a Milei quando ela viajou para Washington antes de sua posse.
Estavam previstos 34 jatos F-16, mas o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky conseguiu 10 aviões desse lote para a sua guerra contra a Rússia de Vladimir Putin.
Se a transação com a Argentina não for fechada antes do final de fevereiro, será anulada.
De acordo com vários relatos da imprensa, a aprovação de Londres também foi necessária para que a Argentina reforçasse as suas capacidades militares após o conflito Falklands/Malvinas no Atlântico Sul em 1982.