Os Estados Unidos e aliados do Grupo dos Sete estão buscando uma saída rápida da fase militar do conflito de Gaza, disse a Itália nesta segunda-feira, enquanto o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e os seus homólogos da União Europeia e da Alemanha visitavam a região.
Por Simon Lewis e Nidal al-Mughrabi | Reuters
ABU DHABI/CAIRO - Blinken estava mantendo conversações sobre Gaza nos Emirados Árabes Unidos e na Arábia Saudita, nesta segunda-feira, antes de seguir para Israel, buscando dar início a esforços de paz que, segundo ele, são necessários para evitar uma conflagração mais ampla.
Fumaça em Gaza vista do sul de Israel 8/1/2024 REUTERS/Tyrone Siu |
Ele iniciou um esforço diplomático de cinco dias no Oriente Médio por Jordânia e Catar no domingo, sua quarta visita à região desde que os ataques mortais de 7 de outubro a Israel por militantes do Hamas em Gaza desencadearam um ataque israelense maciço que não mostra sinais de terminar.
Outros grupos militantes apoiados pelo Irã intervieram, atacando forças israelenses na fronteira com o Líbano, tropas dos Estados Unidos no Iraque e na Síria e navios comerciais no Mar Vermelho. Israel também tem reprimido os palestinos na Cisjordânia ocupada.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, esteve em Israel na segunda-feira e o principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, esteve no Líbano, em um sinal de preocupação internacional.
“Os países do G7 estão trabalhando com o governo israelense para encontrar uma saída rápida da fase militar”, disse o chanceler italiano, Antonio Tajani, segundo o Ministério das Relações Exteriores da Itália, país que iniciou sua presidência de um ano do Grupo dos Sete.
Um ataque israelense ao sul do Líbano matou na segunda-feira um comandante sênior da força de elite Radwan do Hezbollah, disseram três fontes de segurança à Reuters, no mais recente em uma série de confrontos diários na fronteira norte de Israel.
Baerbock disse que Israel tinha o dever de proteger os palestinos na Cisjordânia depois que Blinken disparou o alarme em Doha no domingo.
"Este é um momento de profunda tensão para a região. Esse é um conflito que pode facilmente se transformar em uma metástase, causando ainda mais insegurança e sofrimento", disse Blinken antes de ir para Abu Dhabi.
Após pressão anterior de Washington, Israel delineou uma abordagem mais focada em sua guerra em Gaza antes da visita, mas as autoridades de saúde palestinas afirmam que o conflito ainda está matando dezenas de pessoas todos os dias, relatando 73 mortos nas últimas 24 horas.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que a intensidade da ofensiva em Gaza sinaliza a determinação de seu país em acabar com o domínio do Hamas no enclave e deter outros adversários em potencial apoiados pelo Irã, incluindo o Hezbollah no Líbano.
"Minha opinião básica: Estamos lutando contra um eixo, não contra um único inimigo", disse Gallant ao Wall Street Journal. "O Irã está construindo poder militar em torno de Israel."
Os palestinos disseram que Israel bombardeou áreas no leste da cidade de Khan Younis, no sul, e no centro da Faixa de Gaza durante toda a noite, em meio a confrontos nessas áreas. Somente um ataque em Deir Al-Balah matou 18 pessoas e feriu dezenas, segundo eles.
Israel disse que bombardeou um depósito de armas e descobriu um túnel na parte central da Faixa e matou pelo menos 10 combatentes palestinos em Khan Younis.
Na manhã de segunda-feira, o Exército israelense lançou panfletos em al Moghani, na região central da Faixa de Gaza, alertando os moradores para que deixassem vários distritos que, segundo o país, são "zonas de combate perigosas".
Quase todos os 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram de suas casas pelo menos uma vez durante a guerra, e vários agora estão se mudando novamente, muitas vezes abrigados em tendas improvisadas ou amontoados sob lonas.