A Alemanha rechaçou declarações feitas pelos ministros israelenses Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças) sobre a expulsão dos residentes palestinos da Faixa de Gaza sitiada.
Monitor do Oriente Médio
Em declaração à agência Anadolu, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores alemão, Sebastian Fischer, disse nesta quarta-feira (3) que comentários como esses não ajudam a resolver o problema, ao reiterar o repúdio de Berlim sobre a matéria.
Ministros israelenses Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) e Bezalel Smotrich (Finanças) em Jerusalém ocupada [Abir Sultan/AFP via Getty Images] |
Fischer insistiu que a posição da Alemanha foi enunciada claramente durante o encontro dos ministros das Relações Exteriores do G7, na cidade de Tóquio, e que a remoção compulsória dos palestinos de Gaza e a redução do território devem ser descartadas.
Fischer ressaltou que a Alemanha mantém apoio à chamada solução de dois Estados, ao considerá-la único modelo para coexistência pacífica e duradoura entre israelenses e palestinos.
A chancelaria alemã pediu aumento na assistência humanitária a Gaza, ao afirmar avanços por meio da abertura da travessia de Karm Abu Salem (Kerem Shalom), na fronteira nominal entre Israel e Gaza.
As críticas alemãs refletem a extensão do revés de relações públicas da ofensiva israelense, à medida que o Estado europeu, por uma distorção de como interpreta seu passado nazista, tenha se tornado um dos maiores apoiadores do regime colonial sionista.
Desde 7 de outubro de 2023, Israel permitiu a entrada de apenas 6.459 caminhões de ajuda humanitária a Gaza, incluindo remessas escassas de combustível, apesar do colapso no sistema de saúde do território palestino e de risco de fome generalizada.
Antes de outubro, cerca de 500 caminhões entravam em Gaza diariamente — equivalente a 45 mil que teriam sido autorizados nos 90 dias desde então.
Israel mantém violentos ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando ao menos 22.438 mortos e 57.614 feridos. Nas últimas 24 horas, 125 palestinos foram mortos e 318 feridos. Estima-se até dez mil pessoas desaparecidas sob os escombros — provavelmente mortas.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.