Diante do efetivo cada vez mais escasso frente à operação militar especial russa, o comando militar da região de Nikolaev, na Ucrânia, passou a emitir uma ordem que cria comissões móveis para procurar e "capturar" homens que fugiram do recrutamento obrigatório. A informação é do jornal Strana.ua.
Sputnik
"Emitimos uma ordem, tudo foi finalizado a nível regional. Serão criadas comissões móveis que vão viajar, verificar e capturar evasores", disse o chefe da administração militar regional de Nikolaev, Vitaly Kim.
© Sputnik / Stanislav Krasilnikov |
Conforme a mídia ucraniana, funcionários dos cartórios de alistamento militar de regiões como Kiev e Dniepre chegaram a relatar que milhares de pessoas fugiram para não serem convocadas para o Exército da Ucrânia.
Lei proíbe saída de homens do país
Em fevereiro de 2022, o governo do presidente Vladimir Zelensky publicou um decreto de mobilização geral que proíbe a saída do país de homens com idades entre 18 e 60 anos durante a operação especial.
Além disso, os ucranianos podem ser intimados em qualquer local para ocuparem um posto no Exército. Há inclusive denúncias de pessoas que foram recrutadas nas ruas, em postos de gasolina e até em cafés.
Além disso, o decreto estabelece que chefes de empresa onde um cidadão atua e até funcionários do governo podem fazer o recrutamento, acionando a comissão militar.
'Todos os jovens mortos'
Uma geração inteira de homens foi sacrificada na Ucrânia em nome das ambições do presidente do país, Vladimir Zelensky, disse a jornalista norte-americana Natali Morris em uma entrevista ao canal Redacted no YouTube em novembro.
"A Ucrânia sacrificou uma geração inteira de jovens, tudo para que o presidente Vladimir Zelensky possa nos enganar com essa guerra", afirmou a jornalista.
Essas perdas colossais poderiam ter sido evitadas se Kiev tivesse entrado em negociações de paz com Moscou há muito tempo, em vez de perseguir as ambições do líder ucraniano, resumiu Natali Morris.
А contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não está apenas estagnada, ela falhou completamente, disse o presidente russo, Vladimir Putin. A Ucrânia perdeu 90 mil militares em suas tentativas de "alcançar resultados a qualquer custo", como se "esse não fosse o seu povo", de acordo com Putin.
Sem planejamento militar
O deputado ucraniano David Arakhamia admitiu também em novembro que não há uma planificação de combate para o próximo ano.
Um dos negociadores nas conversações com a Rússia em 2022, ele revelou em entrevista à emissora ucraniana 1+1 que o Exército da Ucrânia deveria ter elaborado um documento estratégico que delineasse a forma como os soldados lutariam, a quantidade de pessoal necessária no front, quantos poderiam ser desmobilizados e quanto dinheiro seria destinado aos gastos militares.
"Realmente, ninguém no país tem um plano assim", admitiu o parlamentar, destacando que o Comitê de Segurança, Defesa e Inteligência do Parlamento ucraniano aguarda o relatório há "muito tempo".