Investigação internacional urgente "deve ser aberta sobre crimes horríveis" cometidos pelo exército israelense em Gaza, diz Euro-Med Human Rights Monitor
Beyza Binnur Dönmez | Agência Anadolu
GENEBRA - Israel tem "reencenado os mesmos crimes" cometidos durante a Nakba de 1948, disse um monitor de direitos humanos.
"As forças do exército israelense estão reencenando os mesmos crimes cometidos por gangues sionistas durante a Nakba de 1948, que resultou no deslocamento coletivo de palestinos", disse o Euro-Med Human Rights Monitor, com sede em Genebra, em um comunicado.
"Esses crimes incluem assassinato premeditado, atear fogo em casas e propriedades palestinas, tortura e insultar e humilhar civis detidos", acrescentou.
Citando testemunhos recolhidos de civis recém-libertados, a Euro-Med disse: "Uma investigação internacional urgente deve ser aberta sobre crimes horríveis cometidos pelo exército israelense durante suas incursões terrestres na Faixa de Gaza, incluindo execuções em campo, tortura e ameaças de estupro".
A organização descreveu a situação atual em Gaza como um "genocídio contínuo" e sublinhou que as forças israelitas "aterrorizaram e espancaram residentes, além de terem prendido centenas deles, incluindo mulheres, crianças e pessoas doentes".
De acordo com os testemunhos, a Euro-Med disse que "as forças israelenses tiraram os detidos de suas casas, os despiram e os atacaram com metralhadoras, cabos elétricos e água fria".
Essas prisões aleatórias também visaram, de acordo com o comunicado, um jovem deficiente que também sofre de hemiplegia.
A organização também reuniu declarações e testemunhos sobre as forças especiais israelenses invadindo centros de refugiados em Gaza e suas áreas do norte, que abrigavam milhares de palestinos deslocados.
"Essas incursões envolveram a execução de jovens que foram baleados com munição real à queima-roupa", disse.
Pediu à ONU que "assuma suas responsabilidades e forneça uma passagem segura para os deslocados usarem para evacuar".
Também lembrou Israel de suas responsabilidades sob o Direito Internacional Humanitário, que exige que o país tome todas as medidas razoáveis para evitar danos aos civis e garantir seu abrigo seguro.
Israel retomou sua ofensiva militar na Faixa de Gaza em 1º de dezembro, após o fim de uma pausa humanitária de uma semana com o grupo palestino Hamas.
Quase 18.000 palestinos foram mortos e mais de 49.229 outros ficaram feridos em ataques aéreos e terrestres implacáveis no enclave desde 7 de outubro, após um ataque transfronteiriço do Hamas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
O número de mortos israelenses no ataque do Hamas ficou em 1.200, segundo dados oficiais.