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09 dezembro 2023

Furtos de armas do Exército expõem vulnerabilidade dos arsenais no país

De janeiro a outubro, houve 48 desvios, o triplo do registrado em 2022 e recorde nos últimos dez anos


O Globo

É triste constatar que nem sob a guarda militar armas e munições estão seguras. De janeiro a outubro deste ano, o Exército registrou um recorde de desvios em suas instalações: 48 ocorrências, ou quase cinco por mês. O número é mais que o triplo das 14 registradas em 2022 e o maior nos últimos dez anos, como mostrou reportagem do GLOBO com base em dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). O arsenal furtado, roubado ou extraviado apenas neste ano reúne 21 metralhadoras, três pistolas, dois fuzis e 460 cargas de munição. Os casos foram registrados em sete das 12 Regiões Militares do país (a maior quantidade foi desviada em São Paulo).

Polícia Civil do Rio recuperou armas furtadas do Exército em São Paulo — Foto: Domingos Peixoto / Agência O Globo

É incomum que esses casos cheguem ao conhecimento do cidadão, como aconteceu no rumoroso furto de armas do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, Grande São Paulo, de onde foram levadas 13 metralhadoras antiaéreas (cobiçadas pelos bandidos em razão do alto poder de destruição) e outras oito metralhadoras de menor calibre. O furto aconteceu no feriado de 7 de setembro, mas só foi descoberto em 10 de outubro, quando um militar resolveu conferir o arsenal depois de perceber que um cadeado fora trocado. De acordo com o Exército, as armas furtadas em Barueri eram imprestáveis. Por não estarem em perfeitas condições, passariam por avaliação para saber se seriam aproveitadas ou destruídas. Quase todas (19 das 21) foram recuperadas, dez no Rio e nove em São Paulo.

O Exército tem agido com rigor na apuração do caso, que considerou “inaceitável”. Ao menos seis militares são investigados pelo Comando Militar do Leste sob suspeita de envolvimento no furto. Apesar da diligência na investigação, persiste a vulnerabilidade dos armamentos em instalações militares. No mês passado, um fuzil foi roubado de um soldado no Batalhão de Comando e Serviços da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no Estado do Rio. O caso está sob investigação.

Esses episódios demonstram o risco dos arsenais no país. Se nem com o Exército, responsável pela certificação de colecionadores, atiradores desportivos e caçadores (CACs), as armas estão bem guardadas, que dizer de cidadãos comuns? O atual governo acertadamente revogou os decretos armamentistas da gestão Jair Bolsonaro. Mas ainda existe um arsenal considerável em circulação. O recadastramento no início do ano contou quase 1 milhão de armas compradas legalmente. Não é improvável que parte acabe nas mãos de facções criminosas, responsáveis pela violência que fustiga o país. É improvável que sejam recuperadas depois de furtadas ou roubadas. Como se vê, costuma ser difícil até para o Exército.

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