A Coreia do Sul se opôs às imagens postadas pela embaixada israelense que mostram um hipotético sequestro de uma mãe em Seul.
Al Jazeera
A embaixada israelense na Coreia do Sul apagou um vídeo que produziu mostrando um ataque imaginário a Seul por agressores mascarados que parecia comparar ao Hamas, após preocupações levantadas pelo governo sul-coreano.
Uma mulher sul-coreana segura uma bandeira israelense durante um comício no centro de Seul em outubro de 2023 (Kim Hong-Ji/Reuters) |
O vídeo, que foi publicado nas redes sociais da embaixada israelense na terça-feira, foi excluído na quarta-feira, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou à agência de notícias AFP nesta quinta-feira que pediu à embaixada israelense para retirá-lo.
"O assassinato e sequestro de civis israelenses pelo Hamas não pode ser justificado, mas a produção e distribuição pela Embaixada de Israel de um vídeo traçando paralelos com a situação de segurança em outro país foi considerada inadequada", disse o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul em um comunicado.
"Transmitimos nossa posição à embaixada israelense na Coreia do Sul, e o lado israelense tomou medidas para excluir o vídeo em questão."
A Sanad, agência de checagem de fatos da Al Jazeera, verificou a existência do vídeo, que já foi retirado do ar.
Descrevendo o clipe, Yonhap disse que as imagens mostraram uma mulher sul-coreana na capital no dia de Natal vendo sua filha cantar canções em um show de talentos da escola quando seu celular emite um aviso de ataque aéreo.
Sons de tiros e explosões são ouvidos pela cidade. A mulher – coberta de sangue – é então raptada por um assaltante armado e separada à força da filha, descreveu.
As imagens são acompanhadas por detalhes do ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro e legendas que dizem: "Imagine se isso acontecesse com você. O que você faria?"
Israel prometeu repetidamente manter sua campanha para destruir o grupo armado palestino em retaliação ao ataque, que matou 1.139 pessoas, de acordo com uma contagem revisada pelas autoridades israelenses.
O Hamas também sequestrou cerca de 240 pessoas, e Israel diz que 129 cativos ainda estão detidos em Gaza.
Desde então, Israel bombardeou implacavelmente a sitiada Faixa de Gaza, matando mais de 21.000 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e destruindo milhares de edifícios, incluindo hospitais e escolas, criando uma grave crise humanitária.
A embaixada israelense disse que seu vídeo era para ajudar os sul-coreanos a entender como os israelenses se sentem.
"Reconstruímos o terrível incidente terrorista ocorrido em 7 de outubro para ajudar os sul-coreanos no Leste Asiático, longe de Israel, a entender a atual situação de guerra", disse o embaixador de Israel em Seul, Akiva Tor, em uma publicação nas redes sociais agora excluída, informou a emissora sul-coreana YTN.