O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusou neste domingo (31) a África do Sul de "covardia" e de mentir ao entrar com um processo de genocídio contra Israel. Segundo o premiê, as forças israelenses têm agido da "forma mais moral possível".
Sputnik
Na última sexta-feira (29), a África do Sul apresentou uma queixa contra Israel no Tribunal Internacional de Justiça ao abrigo da Convenção do Genocídio, pedindo ao tribunal que emitisse medidas provisórias contra as autoridades israelenses.
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Benjamin Netanyahu © AFP 2023 / Abir Sultan |
"Não, África do Sul, não fomos nós que perpetramos o genocídio, foi o Hamas. Eles [o Hamas] nos matariam se pudessem. Em contraste, as FDI [Forças de Defesa de Israel] estão agindo da forma mais moral possível; fazendo tudo para evitar ferir civis, enquanto o Hamas faz de tudo para prejudicá-los e os usa como escudos humanos", disse Netanyahu no X (antigo Twitter).
Processo
Diante de um conflito que deve continuar "por muitos meses", segundo o próprio primeiro-ministro de Israel, a Autoridade Nacional Palestina (ANP) pediu que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) acelere o julgamento do processo movido pela África do Sul contra Tel Aviv.
Na última sexta (29), o país sul-africano acionou o órgão das Nações Unidas acusando Israel de atos genocidas contra a população da Faixa de Gaza. Os bombardeios diários em todo o território, que tem cerca de 2,3 milhões de pessoas, já provocaram a morte de mais de 21,6 mil palestinos em menos de três meses.
O processo na CIJ alega "supostas violações de Israel de suas obrigações nos termos da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio (a Convenção de Genocídio) em relação aos palestinos na Faixa de Gaza", conforme comunicado da entidade.
A África do Sul e a Autoridade Palestina, que também responde pela Cisjordânia, que tem outros 3,2 milhões de habitantes, são signatários da convenção.
"O que a África do Sul apresentou, baseando-se no Artigo 9 da convenção, e na violação de Israel dos Artigos 2 e 3, está totalmente alinhado com os deveres das nações para evitar a prática desse crime", disse a ANP, que pediu uma resposta rápida da corte às acusações para evitar ainda mais atos que possam ser enquadrados como genocidas.