Mahmoud Abbas enfatizou necessidade de rápida assistência humanitária para a Faixa de Gaza
Kareem Khadder e Martin Goillandeau | CNN
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu “interrupção imediata da guerra destrutiva” durante uma reunião realizada neste domingo (5) com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, segundo a agência de notícias palestina WAFA.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken | Jonathan Ernst/Pool/Reuters |
Segundo a agência, Abbas também enfatizou a necessidade de rápida assistência humanitária para a Faixa de Gaza, incluindo suprimentos médicos, alimentos, água, eletricidade e combustível.
Blinken se reuniu com Abbas em Ramallah, em meio à escalada do conflito na Cisjordânia após o ataque do Hamas a Israel no dia 7 de outubro.
“Nos encontramos mais uma vez em circunstâncias extremamente difíceis e não há palavras para descrever o genocídio e a destruição que o nosso povo palestino em Gaza está sofrendo nas mãos da máquina de guerra israelense, sem levar em conta o direito internacional”, disse Abbas a Blinken.
Os dois se encontraram duas vezes na Jordânia durante a viagem de Blinken à região no mês passado, logo após o primeiro ataque do Hamas.
Ainda de acordo com a WAFA, Abbas questionou o silêncio sobre o assassinato de 10 mil palestinos, “incluindo 4 mil crianças e dezenas de milhares de feridos, além da destruição de unidades pacíficas, infraestruturas, hospitais, abrigos, e tanques de água”.
O presidente também se posicionou contra o deslocamento de palestinos de Gaza, da Cisjordânia ou de Jerusalém, e rejeitou veementemente as ações.
A escalada da violência na Cisjordânia e em Jerusalém “não é menos hedionda, com assassinatos e ataques a terras, pessoas e locais sagrados, por parte das forças de ocupação israelitas e dos colonos extremistas, que estão cometendo crimes de limpeza étnica, discriminação racial desvios de fundos do povo palestino”, disse Abbas a Blinken.
Pelo menos 150 palestinos foram mortos na Cisjordânia desde o dia 7 de outubro, de acordo com o Ministério da Saúde – número que se aproxima do total de palestinos mortos na Cisjordânia em todo o ano de 2022.
Abbas disse que Israel é “totalmente responsável pelo que está acontecendo”, e acrescentou que “as soluções militares e de segurança não trarão segurança a Israel”.
“Impeça-os de cometer estes crimes imediatamente”, pediu o presidente a Blinken.
Abbas enfatizou que a segurança e a paz poderão ser alcançadas com o fim da ocupação de Israel do território palestiniano, “com Jerusalém Oriental como capital, com base nas fronteiras de 1967”.
Ele disse ainda que Gaza é parte integrante do Estado da Palestina.
“Eles assumirão todas as responsabilidades no âmbito de uma solução política abrangente tanto para a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, como para a Faixa de Gaza”.
Abbas negou a legitimidade do Hamas como representantes do povo palestino.
Segundo a agência de notícias, o líder disse a Blinken que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) é “o legítimo e único representante do povo palestino”.