Diversas manifestações reuniram milhares de pessoas neste sábado (4) em Paris e outras cidades da França, para denunciar o "massacre de civis" em Gaza. Na capital, o protesto reuniu 19 mil participantes, segundo a polícia, e 60 mil segundo os organizadores.
RFI
Em Paris, a manifestação teve início às 14h30 no horário local, na Praça da República. Ela foi convocada por associações, sindicatos e partidos políticos, e autorizada pela Secretaria de Segurança Pública da capital, que lembrou de que não toleraria "excessos".
Milhares de pessoas manifestaram em Paris neste sábado (4) contra a guerra entre Israel e o Hamas AP - Aurelien Morissard |
O protesto contou com a presença de diversas personalidades políticas. Entre elas, Jean-Luc Mélenchon, do partido de extrema esquerda “França Insubmissa” e Olivier Faure, líder do Partido Socialista (PS).
Antes da passeata, Mélenchon pediu um "cessar-fogo imediato em Gaza", denunciando um "terrível massacre provocado" pelos bombardeios israelenses.
O lídere da extrema esquerda francesa foi criticado no início do conflito, em 7 de outubro, por não considerar o Hamas como um grupo terrorista e também por ter criticado a visita do presidente da Assembleia Nacional francesa, Yaël Braun-Pivet, a Israel.
"Não somos contra ninguém"
A assistente judicial Leila Gharbi, 46 anos, participou do protesto para defender “o fim do genocídio”. Já o aposentado Keltoum Alouache, 75 anos, desfilou “em nome das crianças de Gaza e da Palestina", explicou. "Não somos contra ninguém", disse Alouache, que segurava uma bandeira palestina.
"Libertem a Palestina" e "Cessar-fogo, parem de bombardear os civis!", diziam alguns dos cartazes, que também traziam frases como Boicote Israel" ou "Israel é um Estado terrorista". Os slogans entoados pelos participantes, eram em sua maioria em apoio a Gaza e denunciavam os ataques das forças israelenses.
Uma manifestação de 2.000 pessoas já havia sido realizada em Paris na noite de quinta-feira (2).
Passeatas debaixo de chuva
Pelo menos outras quarenta passeatas ocorreram na França neste sábado (4). Em Lyon, a mobilização reuniu cerca de 5.000 pessoas, segundo a prefeitura e mais de 6.000 segundo os organizadores.
Liderada por ativistas pró-palestinos de longa data e algumas autoridades eleitas, o protesto não teve incidentes.
Em Montpellier, 1.750 manifestantes foram às ruas, segundo a Secretaria de Segurança Pública, para denunciar o "cemitério das crianças martirizadas de Gaza".
Em Estrasburgo, 1.500 pessoas, segundo a polícia, marcharam aos gritos de "Solidariedade com os habitantes de Gaza" ou "Israel terrorista, cúmplice de Macron".
Centenas de pessoas também se reuniram sábado em Nice, Rouen (1.000 segundo a Confederação Geral do Trabalho, um dos maiores sindicatos da França), Nancy e Nantes. Em Rennes, o protesto ocorreu debaixo de chuva.
Pela manhã, uma marcha pacífica em Toulouse reuniu entre 2.000 pessoas, segundo a CGT, e "mais de 600", segundo a Secretaria de Segurança Pública.
"Vim porque acho insuportável ainda ver essas imagens de massacres, mas também para denunciar a política do governo de repressão às manifestações", disse Alberta Nour, estudante de 23 anos.
Com informações da AFP