O ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, pediu à Europa que mostre o mesmo repúdio aos crimes de guerra israelenses como aquele demonstrado na ocasião da invasão russa à Ucrânia. Safadi fez seu apelo durante conversa por telefone com o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell.
Middle East Monitor
“A União Europeia precisa tomar uma posição clara sobre os crimes de guerra perpetrados por Israel, com base nos mesmos princípios e no mesmo sistema de valores humanos com os quais construiu seu argumento por apoio internacional sobre a crise ucraniana”, insistiu Safadi.
Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, realiza coletiva de imprensa junto ao ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, em Amã, 4 de novembro de 2023 [Jordan Pix/Getty Images] |
“O fracasso da comunidade internacional em exigir um fim aos crimes de guerra realizados por Israel e estabelecer a base para responsabilizar legal e politicamente os perpetradores concede cobertura à agressão e expõe a realidade da seletividade sobre a aplicação da lei internacional”, acrescentou o chanceler.
Safadi reiterou que Israel cometeu abundantes crimes de guerra, cruzou todos os limites éticos e humanitários e violou todos os textos legais em sua “agressão bárbara” contra a Faixa de Gaza, ao ponto de incorrer em genocídio contra os palestinos.
“Apesar de tudo isso, nem o Conselho de Segurança da ONU, nem a União Europeia se juntaram aos apelos por um cessar-fogo, o que é o mínimo a ser feito conforme nossas responsabilidades éticas e morais”.
O ministro advertiu ainda que a inação da comunidade internacional mostra discriminação de raça sobre as vítimas, no que concerne a aplicabilidade da lei humanitária internacional. Israel, observou, parece estar acima da lei.
“As repercussões de tamanho fracasso assombrarão o sistema internacional por um longo tempo”, concluiu Safadi.
Israel mantém bombardeios contínuos contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 11.180 mortos até então, dentre os quais 4.609 crianças e 3.100 mulheres, além de quase 30 mil feridos. Milhares estão desaparecidos sob os escombros.
Ao menos 22 hospitais e 49 centros de saúde deixaram de operar em Gaza devido aos bombardeios e ao bloqueio militar perpetrado pelas forças ocupantes.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.