Governo israelense expressa ultraje em relação às críticas do delegado russo Vasily Nebenzya, que exortou as FDI a combater terroristas, não civis, e chamou Israel de "Estado ocupante".
Sputnik
O governo israelense acusou a Rússia de negar seu direito à autodefesa após o representante de Moscou na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, criticar a ofensiva das Forças de Defesa de Israel (FDI) na Faixa de Gaza.
Segundo noticiou a agência de notícias israelense Ynet, o governo de Israel está ultrajado com as críticas feitas pelo delegado russo. A agência destacou ainda que a relação entre os dois países vem se deteriorando ao longo da ofensiva israelense.
Na quarta-feira (1º), em uma reunião de emergência da Assembleia Geral da ONU para discutir a situação na Faixa de Gaza, Nebenzya disse que Israel não pode usar o princípio da autodefesa para invadir a Faixa de Gaza, já que o país não tem jurisdição para operar no enclave. Ele classificou Israel como um "Estado ocupante".
O representante de Israel na ONU, Gilad Erdan, reagiu aos comentários de Nebenzya, acusando o delegado russo de "pregar moralidade a Israel nas questões dos direitos humanos e do direito internacional" e apontando a expulsão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia foi suspensa do órgão em abril de 2022, menos de dois meses após o início da operação militar especial na Ucrânia.
No seu discurso de quarta-feira, Nebenzya afirmou especificamente que a Rússia não negou a Israel o direito de combater o terrorismo. Ele exortou as Forças de Defesa de Israel (FDI) a combater terroristas, não civis, acrescentando que o povo judeu deveria saber melhor do que ninguém que matar inocentes não ajuda a restaurar a justiça.
As críticas do delegado russo estão alinhadas às da comunidade internacional. Vários países vêm repetidamente alertando que Israel está cometendo violações ao direito internacional humanitário em sua ofensiva na Faixa de Gaza, e se valendo do princípio da responsabilidade coletiva para promover bombardeios indiscriminados no enclave, que já ceifaram a vida de quase dez mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde palestino.