Em reunião na Turquia, chanceler iraniano alerta Washington e Tel Aviv sobre "elemento surpresa" se um cessar-fogo não acontecer, já o líder supremo do Irã convocou Estados mulçumanos a paralizarem exportações para Israel.
Sputnik
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amirabdollahian, alertou nesta quarta-feira (1º) sobre "duras consequências" se os ataques continuarem na Faixa de Gaza. O alerta é o mais recente de uma série de advertências do país persa.
Ali Khamenei © AP Photo |
"Se um cessar-fogo imediato não ocorrer na Faixa de Gaza e os rápidos ataques dos Estados Unidos e do regime sionista continuarem, as consequências serão duras", disse Amirabdollahian sem dar maiores detalhes.
As declarações do chanceler aconteceram durante uma conferência de imprensa hoje (1º) em Ancara, na Turquia, onde concedeu uma entrevista junto ao seu homólogo turco.
Ao mesmo tempo, Amirabdollahian afirmou que prossegue a realização de uma reunião de líderes de países muçulmanos e árabes para discutir "o fim do genocídio israelense em Gaza".
O ministro disse que a ideia, apresentada pelo presidente iraniano Ebrahim Raisi, foi discutida em diálogos com altos funcionários do Catar, Turquia, Arábia Saudita e Egito, acrescentando que Raisi está com uma viagem programada para Turquia na agenda.
O principal diplomata do Irã lamentou a "continuação das atrocidades cometidas" na Faixa de Gaza por Israel e disse que a região está "muito perto de uma decisão importante [que será tomada] se o genocídio em Gaza não parar", reiterando que se conflito não terminar imediatamente, a resistência colocará na sua agenda "um movimento surpresa", sublinhou Amirabdollahian segundo a Tasnim.
O ministro iraniano também destacou suas conversas com autoridades do Hamas e disse que elas o informaram que 50 dos prisioneiros detidos foram mortos em ataques israelenses aos hospitais de Gaza.
Também nesta quarta-feira (1º), o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu aos Estados muçulmanos que cessem as exportações de petróleo e alimentos para Israel, exigindo o fim do bombardeio da Faixa de Gaza, informou a mídia.
"Os bombardeios em Gaza devem parar imediatamente [...] o caminho das exportações de petróleo e alimentos para o regime sionista deve ser interrompido. Estados muçulmanos não devem cooperar economicamente com o regime sionista, mas denunciar estas catástrofes e crimes veementemente e sem hesitação em todos os fóruns internacionais", disse Khamenei.
O aiatolá prosseguiu suas declarações argumentando que a questão central hoje em dia não é a guerra israelense em Gaza, mas sim a "batalha entre a verdade e a falsidade", e a luta entre o poder da fé e o poder da arrogância.
"É claro que o poder da arrogância vem acompanhado de pressão militar, bombardeios, bem como calamidades e crimes […]", afirmou.
Por fim, Khamenei acrescentou que "a escalada e as circunstâncias do que está acontecendo devem ser esclarecidas. O regime sionista deve ser condenado e todo o mundo muçulmano deve ser mobilizado contra ele", acrescentou o líder.