Objetivo é de teste da capacidade das manobras e vedação da fronteira; Mianmar foi informado sobre os exercícios
Por Casey Hall | Reuters
As forças armadas da China iniciarão “atividades de treinamento de combate” a partir deste sábado (25) em seu lado da fronteira com Mianmar, disse o órgão em mídia social, um dia depois que um comboio de caminhões transportando mercadorias para a nação vizinha pegou fogo.
O treinamento tem como objetivo "testar a capacidade de manobra rápida, a vedação da fronteira e a capacidade de ataque com fogo das tropas do teatro" | Stringer/AFP/Getty Images |
O incidente, que a mídia estatal de Mianmar classificou de ataque de insurgentes, ocorreu em meio a preocupações na China com a insegurança.
Um enviado chinês se reuniu com autoridades de alto escalão na capital de Mianmar para conversar sobre a estabilidade da fronteira, após sinais recentes de rara tensão.
O treinamento tem como objetivo “testar a capacidade de manobra rápida, a vedação da fronteira e a capacidade de ataque com fogo das tropas do teatro”, disse o Comando do Teatro Sul, um dos cinco do Exército de Libertação Popular da China, no aplicativo de mensagens WeChat.
Em comunicado separado, divulgado pelo governo da província chinesa de Yunnan, vizinha de Mianmar, apontou que os exercícios serão realizados até 28 de novembro nas áreas próximas aos vilarejos de Manghai, Manling e Qingshuihe.
Mianmar foi informada sobre os exercícios, disse o porta-voz da junta militar, Zaw Min Tun, acrescentando que eles visam “manter a estabilidade e a paz” perto da fronteira e não prejudicam a política chinesa de não interferência nos assuntos internos de Mianmar.
“O laço militar entre a China e Mianmar é firme e a colaboração entre os dois exércitos é amigável e crescente”, disse ele em post na mídia social estatal.
O incêndio de sexta-feira na cidade de Muse ocorreu em um momento em que os militares de Mianmar perderam o controle de várias cidades no nordeste e em outros lugares do país, enquanto lutam contra a maior ofensiva coordenada que enfrentaram desde a tomada de poder em um golpe em 2021.
O aumento dos combates gerou o deslocamento de mais de 2 milhões de pessoas em Mianmar, segundo as Nações Unidas.