Em termos práticos, os EUA não querem impedir as ações de Israel, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
Sputnik
"[…] Na verdade, em termos práticos Washington não quer atar as mãos de Israel", disse Lavrov em entrevista à RT, observando que o Conselho de Segurança da ONU rejeitou duas vezes a resolução da Rússia pedindo um cessar-fogo no conflito em Gaza. Lavrov acrescentou que todas as iniciativas russas são vistas como hostis pelos EUA.
Aqueles que estão elaborando cenários para que o conflito palestino-israelense na Faixa de Gaza se expanda para fora da região querem provocar uma crise ainda maior. Talvez seja isso que os EUA querem, disse nesta quarta-feira (15) o chanceler russo.
Em entrevista, Lavrov disse também que seria um erro grave encarar o comedimento do Irã e de outros países árabes na questão do conflito palestino-israelense como "luz verde" para todas e quaisquer ações na Faixa de Gaza.
"Não vejo qualquer desejo por parte do Irã ou de qualquer outro país de ter uma guerra em grande escala na região. O problema é que, se esta moderação for encarada como fraqueza, como luz verde para fazer tudo o que quiserem em Gaza, isso será um grande erro", disse o ministro.
O chefe da diplomacia russa disse que, do ponto de vista histórico, a criação de um Estado palestino é inevitável.
"Do ponto de vista histórico, a criação de um Estado palestino é inevitável. A segurança não pode ser comprada à custa da recusa a criar um Estado palestino e à custa da redução do território destinado ao Estado palestino", apontou Lavrov.
Segundo ele, a Rússia está tentando transmitir essa posição a Israel.