Os Estados Unidos expressaram nesta sexta-feira preocupação crescente com o número cada vez maior de mortos palestinos na Faixa de Gaza, onde autoridades de saúde disseram que o número de vítimas fatais em uma onda de bombardeios israelense que já dura cinco semanas ultrapassou 11 mil.
Por Nidal al-Mughrabi e Humeyra Pamuk | Reuters
GAZA - Os combates entre as forças israelenses e os militantes do Hamas aumentaram perto e ao redor dos hospitais sitiados e superlotados da Cidade de Gaza, que autoridades palestinas disseram ter sido atingidos por explosões e tiros.
Palestinos fogem do norte para o sul de Gaza 10/11/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa |
Em seus comentários mais vigorosos até hoje sobre a situação dos civis pegos no fogo cruzado em Gaza, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse aos jornalistas durante uma visita à Índia: "Palestinos demais foram mortos; muitos sofreram nas últimas semanas".
Blinken saudou as pausas humanitárias israelenses de quatro horas, anunciadas pela Casa Branca na quinta-feira, mas disse a jornalistas que são necessárias mais ações para proteger os civis de Gaza.
Israel tem enfrentado pedidos crescentes de moderação em sua guerra de um mês com o Hamas, mas diz que os militantes, que atacaram Israel em 7 de outubro e fizeram reféns, explorariam uma trégua para se reagrupar.
“Israel está agora lançando uma guerra contra os hospitais da Cidade de Gaza”, disse Mohammad Abu Selmeyah, diretor do hospital Al Shifa.
Ele disse mais tarde que pelo menos 25 pessoas foram mortas em ataques israelenses à escola Al-Buraq, na Cidade de Gaza, onde estavam abrigadas pessoas cujas casas foram destruídas.
Autoridades de Gaza disseram que mísseis caíram no pátio de Al Shifa, o maior hospital do enclave, nas primeiras horas da manhã, danificaram o Hospital Indonésio e supostamente incendiaram o hospital pediátrico de câncer Nasser Rantissi.
As Forças militares de Israel disseram mais tarde que um projétil lançado por militantes palestinos em Gaza falhou e atingiu Shifa.
Os hospitais ficam na região norte de Gaza, onde Israel diz que estão concentrados os militantes do Hamas que atacaram seu território no mês passado, e estão cheios de deslocados, assim como de pacientes e médicos.
O porta-voz do governo israelense, Eylon Levy, disse que a sede do Hamas ficava no porão do hospital Shifa, o que significava que o hospital poderia perder seu status de proteção e se tornar um alvo legítimo.
Israel diz que o Hamas esconde armas em túneis sob hospitais, acusações que o grupo nega.
Os tanques israelenses, que avançam pelo norte de Gaza há quase duas semanas, assumiram posições em torno do hospital de câncer Nasser Rantissi, assim como do hospital Al-Quds, alertaram equipes médicas anteriormente.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, disse que Israel bombardeou as instalações de Shifa cinco vezes.
“Um palestino foi morto e vários ficaram feridos no ataque matinal”, disse ele por telefone. Vídeos verificados pela Reuters mostraram cenas de pânico e pessoas cobertas de sangue.
Autoridades palestinas disseram nesta sexta-feira que 11.078 moradores de Gaza foram mortos em ataques aéreos e de artilharia desde 7 de outubro.
Nesta sexta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que cerca de 1.200 pessoas foram mortas, a maioria civis, no ataque do Hamas em 7 de outubro, uma revisão do número de mortos anterior, embora tenha acrescentado que isso pode mudar novamente assim que todos os corpos forem identificados.
Israel também afirmou que cerca de 240 pessoas foram feitas reféns pelo Hamas em 7 de outubro, enquanto 39 soldados foram mortos em combate desde então.
A Cruz Vermelha Palestina disse que as forças israelenses estavam disparando contra o hospital Al-Quds e houve confrontos violentos, com uma pessoa morta e 28 feridas, a maioria delas crianças.
O porta-voz do Exército israelense, tenente-coronel Richard Hecht, disse em um briefing noturno que o Exército "não dispara contra hospitais. Se virmos terroristas do Hamas atirando a partir de hospitais, faremos o que for necessário. Estamos cientes da sensibilidade (dos hospitais), mas, novamente, se virmos terroristas do Hamas, nós os mataremos."
A Casa Branca disse na quinta-feira que Israel concordou em interromper as operações militares em partes do norte de Gaza durante quatro horas por dia, e o Exército disse que os palestinos na sexta-feira foram autorizados a sair por mais de sete horas ao longo de uma estrada ao sul, mas não havia sinal de um alívio na luta.
Palestinos disseram que um míssil israelense atingiu a estrada usada pelas pessoas para fugir para o sul e a imprensa dirigida pelo Hamas disse que três pessoas foram mortas.
Mas as retiradas de Gaza para o Egito de portadores de passaportes estrangeiros e de palestinos que necessitam de atendimento médico urgente foram suspensas nesta sexta-feira.
(Reportagem de Nidal al-Mughrabi em Gaza, Humeyra Pamuk em Washington, Claudia Tanios, Maytaal Angel, Emily Rose, Maayan Lubell, Henriette Chacar em Jerusalém, Ali Sawafta em Ramallah, Rami Amichay em Tel Aviv)
Comovente a preocupação dos norte-americanos com os palestinos. Por isso estão enviando armas, munições, tropas e muito dinheiro pra ajudar... Israel. Conivente!
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