Dois homens armados do Hamas mataram três pessoas em um ponto de ônibus de Jerusalém durante o horário de pico da manhã desta quinta-feira, e Israel reiterou seu compromisso de eliminar a facção islâmica palestina, cuja onda de assassinatos em 7 de outubro desencadeou a guerra de Gaza.
Por Dan Williams | Reuters
JERUSALÉM - Os agressores, palestinos de Jerusalém Oriental, foram mortos a tiros por soldados fora de serviço e por um civil armado, segundo a polícia. Pelo menos oito pessoas também ficaram feridas no tiroteio.
Agentes de segurança de Israel examinam área de ataque em Jerusalém 30/11/2023 REUTERS/Ronen Zvulun |
"Os terroristas chegaram ao local de carro pela manhã, armados com um fuzil M-16 e uma pistola", disse a polícia. "Os terroristas começaram a atirar em civis antes de serem mortos no local."
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela Reuters mostram um carro branco parando ao lado do ponto de ônibus lotado. Dois homens saem, com armas sacadas, e disparam contra as pessoas, que tentam se dispersar. Pouco depois, os homens armados são baleados.
Um grande número de socorristas e forças de segurança convergiu para a área que estava lotada de passageiros matinais. As vítimas mortas foram identificadas pela mídia israelense como uma mulher de 20 anos, uma mulher de 60 anos e um rabino de 74 anos.
A agência de segurança israelense Shin Bet identificou os atiradores como irmãos de 30 e 38 anos, afiliados ao Hamas, que governa Gaza. Ambos já haviam sido presos em Israel.
"É o mesmo Hamas que realizou o horrível massacre de 7 de outubro, o mesmo Hamas que tenta nos assassinar em todos os lugares", disse Netanyahu, logo após se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Jerusalém. "Eu disse a ele (Blinken): 'Nós juramos, eu jurei, erradicar o Hamas. Nada vai nos deter.'"
O Hamas, que jurou destruir Israel, reivindicou a responsabilidade pelo ataque em Jerusalém, considerando-o "heroico".
"A operação foi uma resposta natural aos crimes sem precedentes cometidos pela Ocupação (Israel)", afirmou o Hamas em um comunicado, citando a ofensiva militar em Gaza e o tratamento dado aos prisioneiros palestinos nas prisões israelenses.
O ministro da polícia de Israel, Itamar Ben-Gvir, que é de extrema-direita, disse aos repórteres no local do ataque que ele "prova mais uma vez que não devemos demonstrar fraqueza, que devemos falar com o Hamas somente através das miras (dos fuzis), somente através da guerra".
Ele acrescentou que Israel continuaria com sua política de flexibilizar as regulamentações para a emissão de licenças de armas para cidadãos.
Blinken, em sua terceira visita à região desde o início da guerra, disse que o tiroteio desta quinta-feira foi um lembrete "da ameaça do terrorismo que Israel e os israelenses enfrentam todos os dias... Meu coração está com as vítimas desse ataque".
Separadamente, na Cisjordânia ocupada, o Exército israelense disse que dois soldados ficaram feridos em um ataque com carro em um posto de controle. As tropas que estavam no local "atiraram e neutralizaram o agressor", disse.
O Ministério da Saúde palestino disse que o suposto agressor havia sido morto, enquanto outro homem morreu separadamente na cidade de Beitunia, na Cisjordânia.
Testemunhas disseram que ele foi morto durante um confronto entre as tropas e jovens que atiravam pedras enquanto uma multidão se reunia do lado de fora da prisão de Ofer, nas proximidades, onde um grupo de detentos deveria ser libertado em uma troca para libertar reféns israelenses em Gaza.
A violência ocorreu no momento em que Israel e o Hamas fecharam um acordo de última hora nesta quinta-feira para estender o cessar-fogo de seis dias em Gaza por mais um dia, a fim de permitir que os negociadores continuem trabalhando em acordos para trocar os reféns mantidos no enclave por presos palestinos.