"O bombardeio bárbaro da Faixa de Gaza e a invasão israelense do enclave, que deixaram mais de 14.000 civis mortos e pelo menos 32.000 feridos, são exemplos claros de crimes de guerra", diz o comunicado
TASS
DUBAI - O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, enviou cartas ao presidente e ao procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Piotr Hofmanski e Karim Ahmad Khan, respectivamente, solicitando que ponham fim à agressão israelense na Faixa de Gaza, anunciou o ministério iraniano em seu canal no Telegram nesta terça-feira.
O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian © Alexander Shcherbak/TASS |
"O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, enviou cartas ao presidente e ao procurador-chefe do TPI, enfatizando a necessidade de acelerar as audiências sobre os recentes crimes na Faixa de Gaza", disse o ministério em um comunicado.
"O bombardeio bárbaro da Faixa de Gaza e a invasão israelense do enclave, que deixaram mais de 14.000 civis mortos e pelo menos 32.000 feridos, são exemplos claros de crimes de guerra", segundo o ministério.
"Eles devem ser vistos como crimes contra a humanidade e atos de genocídio", diz o comunicado.
"O ministro das Relações Exteriores iraniano chamou esta audiência no TPI de um teste para a independência e imparcialidade do órgão judicial", disse o comunicado. "Ele acrescentou que o TPI deve agora decidir se resiste à pressão exercida sobre ele por algumas potências ou se recua e permite que as atrocidades cometidas por Israel fiquem impunes."
Em 20 de novembro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Nasser Kanaani, disse que as autoridades do Irã pretendiam entrar com um processo no TPI contra a agressão israelense na Faixa de Gaza.
Em 11 de novembro, a Arábia Saudita sediou uma cúpula da Liga dos Estados Árabes (LAS) e da Organização de Cooperação Islâmica (OIC). A declaração final da cúpula disse que os Estados-membros dessas associações pediriam ao procurador-chefe do TPI que investigasse os "crimes de guerra" cometidos por Israel na Faixa de Gaza.
As tensões no Oriente Médio voltaram a aumentar em 7 de outubro, quando cerca de 3.000 militantes do Hamas lançaram uma incursão surpresa em território israelense a partir da Faixa de Gaza. O movimento palestino descreveu seu ataque como uma resposta às ações agressivas das autoridades israelenses contra a mesquita de Al-Aqsa, no Monte do Templo, na Cidade Velha de Jerusalém.
Israel declarou um cerco total a Gaza e começou a realizar ataques no enclave palestino, bem como em certas áreas no Líbano e na Síria. Confrontos também estão ocorrendo na Cisjordânia.