A Alemanha vai fortalecer suas Forças Armadas para torná-las a espinha dorsal da dissuasão e da defesa coletiva na Europa, prometeu seu ministro da Defesa nesta quinta-feira, enquanto Berlim divulgava novas diretrizes de política de Defesa pela primeira vez em mais de uma década.
Por Sabine Siebold | Reuters
BERLIM - O documento de 19 páginas detalha o que o “Zeitenwende” – a grande mudança de política anunciada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 – significa para o funcionamento da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs.
Chanceler alemão, Olaf Scholz, visita base da Força Aérea em Colônia 23/10/2023 REUTERS/Wolfgang Rattay |
Como primeiro passo para recuperar as forças militares após décadas de desgaste na sequência da Guerra Fria, a Alemanha criou no ano passado um fundo especial de 100 bilhões de euros para comprar armas modernas e se comprometeu a atingir o objetivo da Otan de gastar pelo menos 2% do PIB em defesa a partir de 2024.
“Com o Zeitenwende, a Alemanha se torna um país adulto em termos de política de segurança”, disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius, ao apresentar as diretrizes, as primeiras desde 2011, quando Berlim suspendeu o recrutamento.
Pistorius classificou o documento como a resposta de Berlim a uma nova realidade, uma vez que a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022 trouxe de volta a guerra à Europa e aumentou o nível de ameaça, mudando assim fundamentalmente o papel da Alemanha e da Bundeswehr.
"Como o país mais populoso e economicamente forte no coração da Europa, a Alemanha deve ser a espinha dorsal da dissuasão e da defesa coletiva na Europa”, disse.
As forças alemãs precisavam ser reorientadas para a sua missão principal – a defesa confiável da Alemanha e dos seus aliados – e estar “prontas para travar uma guerra”, disse ele.