A resolução do conflito ucraniano não pode incluir só um cessar-fogo e um congelamento do conflito, mas certamente exigirá negociações abrangentes para restaurar a estabilidade e a segurança na Europa. Quanto mais cedo as elites governantes da Europa perceberem isso, melhor, segundo um artigo da revista Front Populaire.
Sputnik
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky terá que concordar com quatro condições para garantir a paz, enquanto o apoio ocidental começa a diminuir, ressalta a publicação.
Em primeiro lugar, Kiev terá que reconhecer a perda de seus territórios.
Em segundo lugar, a Ucrânia terá que se tornar "neutra", ou seja, abdicar de seu desejo de participar da Organização do Tratado do Atlântico Norte e da União Europeia.
Além disso, Kiev terá que consagrar na Constituição o direito ao uso do idioma russo em pé de igualdade com o idioma ucraniano.
Por fim, a Ucrânia deve passar por uma forma limitada de desmilitarização (limitar o número de sistemas de armas pesadas), segundo a publicação da revista.
Será difícil para o atual governo ucraniano adotar as referidas disposições, mas não há outra solução, de acordo com o artigo.
"Mas que outra solução é possível? Uma continuação interminável do conflito com um número cada vez maior de mortes?", pergunta o autor do artigo, Jacques Sapir.
Anteriormente, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse em uma entrevista à ABC que a Ucrânia entrará em negociações se a Rússia tomar a iniciativa. Os EUA apoiarão as autoridades de Kiev se elas declararem sua disposição para o diálogo. Ao mesmo tempo, Antony Blinken destacou que a Ucrânia não vai desistir de seus territórios antigos pela paz com a Rússia.
Moscou tem indicado repetidamente que está pronta para negociações, mas Kiev introduziu uma proibição legislativa quanto a conversações. Como foi afirmado no Kremlin, a situação na Ucrânia pode se resolver de maneira pacífica.