O exército israelita diz ter entrado esta noite, por via terrestre, na Faixa de Gaza. O porta-voz das forças israelitas, Daniel Hagari, fez um novo balanço do número de reféns, que aumentou para 222 pessoas nas mãos do grupo islamita Hamas e confirmou a preparação de operações para "impedir que o movimento palestiniano tenha acesso à ajuda humanitária"
Por Ligia Anjos | RFI
Nas últimas 24 horas, as forças israelitas conduziram 320 ataques, avança o exército israelita. Este domingo, o exército israelita bombardeou uma posição no lado egípcio da fronteira. Um “erro” segundo Israel que já mostrou estar “arrependido”. Por seu lado, o ministério da Saúde do Hamas fala de ataques "mais mortíferos" em Deir al-Balah, onde 80 pessoas morreram e vários edifícios foram destruídos. Ataques que também tiveram como alvo Khan Younes e Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Israel entra por terreste na Faixa de Gaza à procura de reféns. REUTERS - STRINGER |
Os ataques desta noite tiraram a vida pelo menos 80 pessoas, segundo o governo do grupo islâmico Hamas. Pelo menos 5087 pessoas, entre eles 2055 crianças, morreram desde o início dos ataques israelitas na Faixa de Gaza, avança esta segunda-feira o ministério da Saúde do Hamas. Em Israel mais de 1400 morreram, a maioria civis no primeiro dia de ataque, a 7 de Outubro, segundo as autoridades.
Israel confirma ter levado a cabo "mais de 320 ataques militares" contra infra-estruturas do movimento islâmico Hamas, no poder em Gaza, e aliado da Jihad Islâmica. Estes ataques conduzidos pelas forças israelitas foram feitos contra "túneis onde se encontravam terroristas do Hamas", "dezenas de centro de comando de operações" ou ainda "campos militares e postos de controlo".
O exército israelita também conduziu ataques aéreos esta madrugada na Faixa de Gaza, bem como no sul do Líbano. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, convocou uma reunião com os principais generais e o seu gabinete de guerra, para fazer um ponto sobre o conflito e ameaçou o Hezbollah que faria "o erra da sua vida" se entrar em guerra contra Israel.
Terceira coluna de camiões entra na Faixa de Gaza
Uma terceira coluna de camiões de ajuda humanitária entrou esta segunda-feira, 23 de Outubro, na Faixa de Gaza. Este fim-de-semana, "34 camiões entraram em Gaza, por via de Rafah, na fronteira do Egito", avançou um responsável do Crescente Vermelho egípcio.
Estas são as primeiras ajudas humanitárias a chegar a Gaza desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, iniciado a 7 de Outubro depois do ataque do movimento islamita palestinianos Hamas em Israel. As Nações Unidas reclamam pelo menos 100 camiões por dia para socorrer 2,4 milhões de palestinianos sem acesso a água, comida, energia ou cuidados de saúde.
Esta segunda-feira, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrel, reclamou "mais ajuda, o mais rápido possível" para os habitantes da Faixa de Gaza. Josep Borrel mostrou-se favorável, a título pessoal, de uma "pausa humanitária", como já tinha pedido o secretário da ONU, António Guterres. Uma questão que vai ser debatida pelos 27 ministros dos Negócios Estrangeiros, reunidos no Luxemburgo.
Ataque israelita no sul da Síria
Um ataque aéreo israelita teve como alvo uma posição militar do regime no sul da Síria. O ataque decorreu na noite de quarta para quinta-feira, avança o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
“Os sons de explosões ecoaram na província de Kuneitra depois de um ataque israelita contra uma posição do exército sírio”, aponta a ONG, com sede no Reino Unido. Estes ataques coincidem com informações avançadas pela Força Aérea israelista, publicada na antiga rede social twitter, que descreviam ataques contra “posições terroristas” do Hezbollah – aliado do regime sírio – no Líbano.
Desde o início do conflito desencadeado por um ataque sem precedentes perpetrado pelo grupo islâmico palestiniano Hamas em Israel, a 7 de outubro, os confrontos entre o Hezbollah, um aliado do Hamas, e Israel na fronteira israelo-libanesa vitimaram mortalmente vinte pessoas do lado libanês. Do lado israelita pelo menos três pessoas morreram.