Em meio ao grande conflito entre Hamas e Israel, combatentes palestinos foram vistos na posse de armas soviéticas.
Sputnik
Durante anos, a Ucrânia vendeu os seus arsenais militares, que poderiam acabar nas mãos do Hamas, disse Simon Tsipis, especialista em Segurança Nacional, Ciência Política e Relações Internacionais em entrevista à Sputnik.
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"Após o colapso da União Soviética, a Ucrânia ocupou várias vezes o primeiro lugar no contrabando e no comércio ilegal de armas", relatou o especialista.
Neste sentido, Tsipis explicou que Kiev vendeu durante anos as suas reservas militares herdadas da União Soviética, que acabaram parcialmente nas mãos do crime organizado.
"Vários dos mais proeminentes traficantes de armas são cidadãos ucranianos", destacou o especialista, esclarecendo que durante as décadas de 1990 e 2000 este país esteve entre as principais rotas de equipamento militar traficado no mundo.
Tsipis detalhou que a maior parte das armas foi para países da Ásia, África, Ásia Central, Norte de África e Oriente Médio.
Como resultado, os países árabes, possuindo assim uma parte considerável do equipamento dos armazéns ucranianos, conseguiram vendê-lo para grupos.
"Por exemplo, a Ucrânia vendeu armas à Líbia, ao Líbano e à Síria. E todos estes são Estados que fazem fronteira com Israel", disse ele.
Por conta do contrabando de armas soviético, o Hamas possui agora muitos tipos de equipamento militar.
"[Eles são] principalmente sistemas de defesa aérea portáteis, mas sem esquecer as armas antitanque portáteis de fabricação soviéticas. Eles têm [um míssil superfície-ar portátil soviético guiado por infravermelho] Igla, em pequenas quantidades, mas ainda possuem esse tipo de armamento", acrescentou.
Hoje (7), dezenas de foguetes foram lançados da Faixa de Gaza em direção a Israel. As Forças de Defesa de Israel declararam que militantes do Hamas se infiltraram no país a partir da Faixa de Gaza.
As FDI anunciaram o lançamento da operação antiterrorista Espadas de Ferro na Faixa de Gaza, enquanto o braço militar do movimento palestino Hamas anunciou a operação Al Aqsa Flood.
O Hamas justificou as suas atividades pelo aumento dos confrontos com as forças israelitas na mesquita de Al Aqsa, local considerado sagrado para os muçulmanos. E também pela política expansionista de assentamentos israelenses na Cisjordânia, política amplamente defendida e posta em prática nos últimos meses pelo governo de Benjamin Netanyahu.