Manifestantes realizaram nesta quarta-feira protestos contrários a Israel, alguns deles violentos, em todo o Oriente Médio, para expressar raiva pela explosão que matou centenas de palestinos no incidente mais mortal da guerra Israel-Hamas em Gaza até agora.
Reuters
As forças israelenses mataram a tiros dois adolescentes palestinos perto de Ramallah, na Cisjordânia, durante protestos contra a explosão de terça-feira em um hospital de Gaza, disseram autoridades palestinas.
Manifestação em defesa dos palestinos de Gaza, em Sanaã, capital do Iêmen 18/10/2023 REUTERS/Khaled Abdullah |
No Líbano, as forças de segurança dispararam gás lacrimogêneo e canhões de água contra manifestantes que atiravam projéteis, enquanto um protesto perto da embaixada dos EUA ao norte de Beirute se tornava violento, mostraram imagens da emissora libanesa al-Jadeed.
"A América é o diabo, o verdadeiro diabo, porque apoiou Israel, e então todo o mundo fica cego. Você não vê o que aconteceu ontem?" disse o manifestante libanês Mohammed Taher.
Autoridades palestinas culparam um ataque aéreo israelense pela explosão de terça-feira no território sitiado. Israel disse que a explosão foi causada por um lançamento fracassado de foguete pelo grupo militante Jihad Islâmica Palestina, que negou a culpa.
O derramamento de sangue enfureceu uma região em crise desde que o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, realizou um ataque contra comunidades no sul de Israel em 7 de outubro, no qual 1.400 pessoas foram mortas e outras foram feitas reféns. Mais de 3.000 palestinos foram mortos em bombardeios de retaliação, dizem as autoridades de saúde de Gaza.
Marchas patrocinadas pelo Estado foram realizadas em todo o Irã, que apoia o Hamas e é inimigo declarado de Israel, com manifestantes carregando faixas que diziam "Morte à América" e "Morte a Israel".
“Cada gota de sangue dos palestinos mortos nesta guerra aproxima o regime sionista (Israel) da sua queda”, disse o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em discurso televisionado.
No Iraque, cerca de 300 apoiadores de grupos de milícias xiitas bancados pelo Irã protestaram perto de uma ponte que leva à Zona Verde fortificada, uma região de Bagdá onde fica a sede da embaixada dos EUA e de outras missões estrangeiras.
“Os americanos devem saber que o seu apoio ao terrorista Israel irá trazer derrota e devastação”, disse o membro da milícia Said Ali Akbar, agitando uma bandeira palestina.
Em Amã, a tropa de choque da polícia dispersou milhares de manifestantes jordanianos que planejavam marchar contra a fortificada embaixada de Israel. Vários policiais ficaram feridos em confrontos com manifestantes que incendiaram propriedades perto da embaixada israelense, afirmou a polícia.
“Nenhuma embaixada sionista em terras árabes”, gritavam os manifestantes na capital jordaniana após as orações do meio-dia.
(Reportagem de Tarek Amara em Túnis, Suleiman al-Khalidi em Amã, Parisa Hafezi em Dubai, Tom Perry em Beirute e Benoit Van Overstraeten em Paris; reportagem adicional de Ahmed Rasheed em Bagdá e Ali Sawafta em Ramallah)