Israel negou que haja alguma negociação em curso para o retorno dos reféns a Israel. Mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nomeou um famoso general, Gal Hirsch, para ser responsável pela questão dos sequestrados e das pessoas desaparecidas.
Daniela Kresch | RFI
O objetivo do Hamas é trocar esses reféns por presos palestinos em cadeias em Israel. O Hamas quer libertar todos os mais de 6 mil palestinos presos por terrorismo e envolvimento com terrorismo em Israel, o que o fortaleceria muito entre o público palestino.
A presença desses reféns em Gaza é, com certeza, o que está adiando ou diminuindo o escopo da retaliação israelense. Netanyahu tem conversado com líderes internacionais para buscar legitimação para uma futura retaliação mais abrangente e forte.
O exército israelense também enviou batalhões de reservistas também para o Norte para evitar que a guerrilha libanesa Hezbollah se transforme em mais uma frente de batalha, se unindo ao Hamas na guerra contra Israel.
O Hezbollah já realizou, neste domingo, um ataque de morteiros e mísseis Patriot contra uma base militar israelense. As Forças de Defesa de Israel retaliaram lançando mísseis contra a fonte dos disparos.
Risco para Netanyahu
A guerra pode afetar Netanyahu, que já enfrenta rejeição em Israel por promover uma impopular reforma judicial. O primeiro-ministro já está enfrentando críticas por causa da falha dos serviços de segurança do país, que não foram capaz de prever o ataque do Hamas.
Mas os principais líderes de oposição afirmaram que vão suspender os protestos antigoverno para unir o povo neste momento de crise. Yair Lapid, líder da oposição e do partido Há Futuro anunciou que está disposto a participar de um governo de união nacional com Netanyahu enquanto a guerra contra o Hamas durar.
É possível, então, que o conflito ajude a reverter a impopularidade de Netanyahu, que atualmente lidera a coalizão mais direitista, ultranacionalista e ultraortodoxa da história de Israel.
Internacionalmente, Israel tem recebido apoio de diversos líderes, como o presidente americano Joe Biden e o presidente da França, Emmanuel Macron.
Mas o presidente iraniano, Ibrahim Raisi, afirmou que seu país “apoia o direito legítimo dos palestinos de se defender" e que "a entidade sionista e os seus apoiadores” é que são os responsáveis pelo conflito.