Israel disse aos civis no norte da Faixa de Gaza, incluindo residentes da Cidade de Gaza, para se mudarem para o sul do enclave, dizendo que será mais seguro lá à medida que os militares atacam o Hamas após o seu ataque transfronteiriço de 7 de Outubro.
Crispian Balmer | Reuters
No entanto, aviões de guerra israelenses continuaram a atingir locais no sul de Gaza, espalhando o medo entre os evacuados de que eles são tão vulneráveis lá quanto estavam em suas casas no norte. Aqui está uma visão geral da situação.
 |
| Uma mulher está perto de um muro crivado de balas em Zahajra, perto da fronteira com Israel, no sul do Líbano, em 10 de outubro de 2023. REUTERS/Mohamed Azakir/File Photo |
POR QUE ISRAEL AINDA ESTÁ ATINGINDO O SUL?
Desde que disseram aos habitantes de Gaza para se dirigirem para o sul, os militares israelenses (IDF) continuaram a atacar alvos em toda a área, matando um número desconhecido de civis. Ao todo, as autoridades de Gaza dizem que 6.546 palestinos morreram desde o início dos ataques israelenses, em 7 de outubro.
Moradores disseram que o bombardeio do sul se intensificou em 25 de outubro. Um ataque derrubou vários prédios de apartamentos em Khan Younis, a cerca de 10 km (6 milhas) da fronteira egípcia.
As IDF disseram que, mesmo que o principal centro de poder do Hamas esteja na Cidade de Gaza, ele está entrincheirado entre a população civil em todo o enclave.
"Onde quer que surja um alvo do Hamas, as IDF o atacarão para frustrar as capacidades terroristas do grupo, enquanto tomam precauções viáveis para mitigar os danos a civis não envolvidos", disseram os militares na quarta-feira, reiterando declarações anteriores.
Os militares disseram que as casas onde os militantes vivem são "alvos legítimos", mesmo que civis vivam ao lado deles.
"A chamada casa privada não é uma casa privada", disse um oficial sênior da Força Aérea israelense a repórteres em um briefing recente.
POR QUE ISRAEL ORDENOU A EVACUAÇÃO PARA O SUL?
O exército israelense disse em 12 de outubro que quase metade dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza deve se mudar para a metade sul de Gaza dentro de 24 horas. Os militares disseram que a ordem tinha como objetivo afastar os civis dos "alvos terroristas do Hamas", que acreditam estar concentrados no norte.
O porta-voz militar Jonathan Conricus disse posteriormente: "Estamos preparando a área para uma atividade militar significativa na Cidade de Gaza. Essa é a próxima etapa. É por isso que estamos pedindo aos civis que vão para o sul do rio Gaza."
Israel concentrou tropas na fronteira com Gaza e é amplamente esperado que lance uma invasão terrestre.
Em 18 de outubro, os militares pediram aos moradores de Gaza que evacuassem para o que chamaram de zona humanitária em Al Mawasi, na costa sul de Gaza.
Israel renovou seus alertas em 22 de outubro, dizendo que qualquer pessoa que permanecesse no norte poderia ser identificada como simpatizante de uma "organização terrorista" se não saísse.
QUANTAS PESSOAS SE MUDARAM?
O Hamas pediu aos palestinos que ignorem as advertências israelenses.
Israel disse na quarta-feira que atacou bloqueios de estradas do Hamas que acreditava estarem impedindo a evacuação de pessoas.
Apesar das tentativas do Hamas de impedir um êxodo, moradores e organizações de ajuda internacional dizem que houve um deslocamento em massa de pessoas para longe do norte e de outras áreas do enclave vistas como especialmente vulneráveis a ataques.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) estimou em 24 de outubro que mais de 1,4 milhão de pessoas estão deslocadas internamente (IDPs) dentro de Gaza.
As passagens fronteiriças de Gaza com Egito e Israel estão fechadas, prendendo efetivamente os moradores dentro do enclave.
O QUE DISSE A COMUNIDADE INTERNACIONAL?
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que dar a centenas de milhares de pessoas apenas horas para deixar suas casas é "perigoso e profundamente preocupante". Muitos governos ocidentais pediram uma pausa nos combates para abrir corredores humanitários para os civis presos. Os países árabes pediram que Israel pare com a guerra.
